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As centrais sindicais consideram que o debate sobre um reajuste maior para o salário mínimo continua aberto, apesar das declarações de representantes do governo federal dando por encerrada a questão. Nesta terça-feira (8), o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, afirmou que, no entendimento do governo, não há motivos para a continuidade da negociação a respeito do mínimo. Os sindicalistas, porém, descartam a instalação de uma "queda de braço" com o governo Dilma Rousseff.

A declaração de Carvalho foi feita após participação em seminário no Fórum Social Mundial, realizado em Dacar, no Senegal. O governo propõe o valor de R$ 545 para o piso nacional, enquanto as centrais demandam R$ 580. Parlamentares da oposição defendem R$ 600.

Para o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique, a declaração de Carvalho distorce o que já vem sendo discutido com as centrais. "Ao que parece, o governo está tomando a decisão no sentido de mandar para o Congresso a proposta de manter os R$ 545 sem negociar com as centrais sindicais", interpretou. "Com isso, parece que não vamos mais ter reuniões sobre o salário mínimo, mas continuaremos sim conversando sobre a política de valorização do salário mínimo e principalmente sobre a correção da tabela do Imposto de Renda", rebateu.

Ainda segundo Artur Henrique, as centrais pretendem continuar debatendo sobre o mínimo e outros itens da pauta de discussão mesmo com as declarações do governo. "A CUT fará pressão no Congresso Nacional no sentido de garantir uma valorização do salário mínimo em 2011 que assegure aumento real. Temos outros pontos que interessam ao trabalhador a serem tratados", lembrou.

Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), pontua a necessidade de a presidente Dilma Rousseff se pronunciar. "Ela disse que é ‘mãe dos brasileiros’, então terá de cuidar dos seus filhos", ironizou. Questionado sobre a possibilidade de uma mudança de estratégia como resultado da pressão das centrais, Patah mostra-se otimista: "Ela vai amolecer, é mulher e tem o coração grande".

O ator e o ministro frio

Sobre a declaração do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que defendeu que não existem fatores que possam modificar o valor do salário mínimo de R$ 545, Patah acredita que as falas do senador não são efetivas. "É um teatro onde os personagens colocam suas falas como convém. O Sarney é o maior dos atores. Já Gilberto Carvalho tem raiz nos movimentos sociais, mas é influenciado pelo Guido Mantega, que é frio", disse.

O consenso entre as centrais é de que o objetivo das negociações não é provocar conflito. Para o presidente da UGT, o exercício de discutir pautas de interesse do trabalhador é um direito. "Não queremos queda de braço, nós simplesmente exercemos nosso direito de dialogar por algo tão emblemático como o salário mínimo", finalizou.

Publicado em 9/02/2011 -

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