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O Supremo Tribunal Federal (STF) poderá julgar nesta quarta-feira (1º) o Recurso Extraordinário que questiona a constitucionalidade da exigência do diploma em Jornalismo como requisito para o exercício da profissão. Atos em favor do diploma reuniram jornalistas, estudantes de comunicação, professores e sindicalistas em todo o País

Em Goiânia, no Ato contra a Crise e as Demissões, realizado segunda-feira e organizado pelas centrais sindicais, os trabalhadores de Goiás disseram Sim à exigência da formação superior em Jornalismo como condição para o exercício da profissão. O Sindicato dos Jornalistas de Goiás se fez presente na manifestação, que teve início na Praça do Bandeirante (Centro) e seguiu em passeata rumo ao Palácio das Esmeraldas (sede do governo estadual).

Na manifestação, o presidente do Sindicato, Luiz Spada, disse que os jornalistas integravam a luta contra a crise e as demissões, pois se trata de um problema que também atinge os jornalistas. Ele fez um breve relato da questão do diploma e obteve o apoio dos trabalhadores à luta para que o Supremo Tribunal Federal mantenha essa exigência para a obtenção do registro profissional. Representantes da Campanha em Defesa do Diploma participaram de atos semelhantes em diversos estados.

Em Santa Catarina, na terça-feira, o Sindicato promoveu no auditório da Fecesc, em Florianópolis, o lançamento do livro Formação Superior em Jornalismo – Uma Exigência que Interessa á Sociedade, com a presença de organizadores e autores de textos. Na segunda, dia 30, o curso de Jornalismo da UFSC promoveu a aula inaugural de 2009, no auditório do CCE/UFSC, comemorativa aos seus 30 anos, com participação de dirigentes da FENAJ. No dia 1º, o Sindicato promoverá ato público em frente ao TRF.

No Rio de Janeiro, realizaram, no início da tarde de terça (31), um ato público pela manutenção da necessidade do diploma de jornalista para o exercício da profissão. A concentração aconteceu na Cinelândia, em frente à Câmara dos Vereadores.

A presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio, Suzana Blass, afirmou que a formação universitária ajuda a qualificar o profissional da comunicação, gerando reflexos positivos para toda a sociedade.

“O jornalista precisa ter muita responsabilidade, pois é um mediador na sociedade, ao levar as denúncias do cidadão para o poder público tomar providências. O diploma profissionalizou o jornalismo, que hoje é bem mais ético e comprometido com a responsabilidade social”, destacou Suzana.

Para o estudante de comunicação da universidade Unicarioca Sidônio Santos Macedo Júnior, a manutenção da exigência do diploma é uma conquista coletiva.

“Antes de tudo, é um direito da sociedade, de ter informação tratada com respeito e qualidade. Hoje em dia todos têm o direito de escrever, de publicar o seu blog, mas existe diferença entre o que é notícia e o que é contado só com o intuito de passar uma informação. O jornalista está aí para tratar os fatos de uma forma bilateral, dar uma visão mais adequada e ética”, analisou Sidônio.

A diretora do Fórum Nacional dos Professores de Jornalismo, Carmem Pereira, também defendeu a exigência do diploma como forma de garantir maior qualidade da informação.

“A manutenção do diploma é fundamental para conseguirmos maior qualidade no jornalismo. A profissão subiu um patamar, quando surgiu a exigência do diploma. Antes não havia qualquer formação, que acontecia unicamente nas redações, de uma forma irregular, sem discussão ética nem técnica. A faculdade veio dar o padrão de qualidade que ainda não é o ideal e precisa ser melhorado”, frisou Carmem.

“A comunicação é um direito essencial do cidadão, por isso precisa ter qualidade”, completou ela, que também é presidente da Comissão de Ética da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).

Para o vice-diretor da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal Fluminense (UFF), João Batista de Abreu, a questão-chave é saber a quem interessa o fim da exigência do diploma para exercer a profissão.

“Interessa principalmente aos donos dos meios de comunicação e também a um grupo de pessoas que querem usar o jornalismo como trampolim, com exibição na mídia, para terem algum ganho político depois. São pessoas que não têm uma conduta ética apurada e têm a preocupação de galgar postos rapidamente, usando o jornalismo para se beneficiar”, apontou João Batista.

 

Agência Brasília

Publicado em 1/04/2009 -

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