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No último trimestre do ano passado os investimentos das fábricas em suas linhas de produção apontaram uma evolução de mais de 15% na formação bruta de capital fixo, ou seja, compra de máquinas e equipamentos para a linha produtiva. A previsão era de que a maior produção seria absorvida pela sociedade nos meses seguintes. E esta foi a constatação da pesquisa mensal do comércio pelo Instituto Brasileiro e Geografia e Estatística (IBGE) divulgada nesta quarta-feira (12/05): um robusto crescimento de 15,7% em março em relação ao mesmo mês do ano passado. Além de ter vendido mais, o ganho da atividade subiu 19,1%.

Entre os fatores que contribuíram decisivamente para este resultado estão o ingresso de mais pessoas no mercado de consumo e do trabalho. A migração de mais de 20 milhões de pessoas para classe C alimenta a venda generalizada do comércio, enquanto que em março 266,4 mil pessoas foram contratadas. Soma-se a isso o fato de que a renda das famílias melhorou, a oferta de crédito se manteve e o reajuste do salário mínimo, acima da inflação, ajudou o comércio distribuir a produção que é crescente nas indústrias.

Considerando a pesquisa do IBGE, entre março deste ano e março de 2009, todas as oito atividades do varejo apresentaram crescimento no volume de vendas. A atividade comercial dos hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, por exemplo, cresceu nesse período 15,3%; o comércio de móveis e eletrodomésticos subiu 25,7%; tecidos, vestuário e calçados subiu 15,7%; as vendas de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos cresceram 15,2% e outros artigos de uso pessoal e doméstico, 8,4%.

O comércio de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação apresentou um expressivo crescimento: 35,4%, enquanto que as vendas no varejo de combustíveis e lubrificantes subiu 6,4% e de livros, jornais, revistas e papelaria, cresceu 7,9%.

Apesar de o comércio de equipamentos e material de escritório ter crescido vigorosamente, o segmento de hipermercados, da área de alimentos, foi a que exerceu maior peso na taxa de crescimento global do varejo. No acumulado no primeiro trimestre deste ano as vendas dos hipermercados subiram 12,4% e 10,4% nos últimos doze meses. É por esse desempenho que dá para interpretar como é positivo a política de recuperação do salário mínimo e o aumento do poder de compra da população, já que a massa real efetiva dos salários subiu 7,1% sobre março de 2009 de acordo com a Pesquisa Mensal de Emprego (PME).

E mesmo com as vendas crescentes dos hipermercados, há de se destacar que a variação dos preços dos alimentos ficou abaixo da inflação média de 4,7% no grupo alimentação no domicílio nos últimos doze meses, em relação ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 5,2% em igual período.

Conforme a última ata do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, o desempenho do comércio varejista tende a se manter robusto nos próximos trimestres, seja pela trajetória das transferências governamentais, seja pelo crescimento da massa real dos salários.

Embora o aquecimento da demanda se configure num item a ser observado pelos membros do Copom, tudo indica que os preços dos alimentos não vão exercer pressão inflacionária com a mesma intensidade do aumento generalizado das taxas de juros dos empréstimos para os consumidores. Segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), a taxa de juro média cobrada nos financiamentos para a pessoa física voltou a subir em abril, ficando em 6,82%. Um dia antes de o Banco Central ter aumentado os juros, a taxa de juro para as pessoas físicas havia caído para 6,70% ao mês.

Fonte: Assessoria de Imprensa da Liderança do PT no Senado

Publicado em 13/05/2010 -

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