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Redes sociais


Blog Fatos e Dados: Petrobrás põe em xeque o jornalismo marrom

10/06/2009
O blog Fatos e Dados, lançado recentemente pela Petrobrás, é o melhor fato novo na área de comunicação dos últimos tempos. Vai virar case, como dizem os marqueteiros. Vai tornar-se exemplo e ser copiado. Idéia simples e extremamente eficaz. Sob fogo cerrado do PSDB e do DEMo, e com a imprensa a vasculhar possíveis problemas de administração, a empresa decidiu publicar num blog as perguntas que os jornalistas enviam por escrito e as respostas que a empresa dá a essas mesmas perguntas, na íntegra. Com isso, a Petrobrás se antecipa a uma prática comum da grande imprensa, e a atrapalha. Quem milita nos movimentos sociais e tem a tarefa de atender essa mídia sabe muito bem o que é prestar informações em longas entrevistas e, no dia seguinte, ver tudo o que falou reduzido a uma ou duas frases, fora de contexto, em reportagens depreciativas que ignoram os dados apresentados. O blog Fatos e Dados coloca essa prática em xeque, dá uma trucada no esquema dos jornalões, das rádios e das TVs, que elaboram primeiro o título de suas matérias e depois saem a campo para colher entrevistas que confirmem a tese que já estava pronta. Declarações e dados objetivos que contrariem a tese são descartados por jornalistas e editores. A Associação Nacional de Jornais (ANJ), sindicato que reúne os barões da imprensa, reclamou. Em nota, acusou a Petrobrás de tentar “intimidar jornalistas”. Classificou a iniciativa de “canhestra”. Canhestra, definitivamente, não é, basta notar o barulho que está causando. Para maior desespero da imprensa marrom, advogados especialistas em comunicação dizem que a ferramenta criada pela Petrobrás não fere nenhum princípio legal. Em ocasiões recentes, a CUT fez algo semelhante com uma revista e dois jornais. Ao notar que as publicações queriam fazer matérias desonestas sobre a Central, e que desprezariam todo e qualquer dado que apresentássemos, decidimos exigir o envio das perguntas por escrito e a garantia que as respostas fossem publicadas na íntegra. Escrevemos cartas com essas exigências, registramos em cartório e as entregamos nas mãos da direção de redação, com protocolo. As publicações recuaram e as “reportagens” foram abortadas. Se as intenções desses veículos fossem justas, o que haveria a temer? A CUT também tem por hábito publicar em sua página da internet a íntegra de cartas e respostas enviadas às redações, para que se possa compará-las ao que saiu nos jornais. Mas a Petrobrás, ao fazer disso uma prática diária, deu início a uma tática de enfrentamento de crise muito interessante. Dizer que esse tipo de iniciativa fere a liberdade de imprensa é uma bobagem, uma mentira. Uma cômica contradição fica exposta quando os jornais dizem isso: por que o blog não poderia ter liberdade de expressão?...

Bola pra frente!

09/06/2009
Time que leva um gol e desanima pode levar mais. Se os jogadores reclamam uns dos outros, aumentam as chances de derrota. Não vejo Santa Catarina com essas características. Somos um time de muito trabalho e superação. A Copa de 2014 não veio para Florianópolis como todos queríamos. Houve erros e acertos, mas e agora? Vamos recuar? Ou vamos fazer valer nosso espírito de buscar oportunidades onde elas estiverem?   O turista que vem para a Copa não ficará só nas sedes dos jogos. Precisamos fazer chegar a ele nossos atrativos, que são muitos: temos o maior parque temático da América Latina; temos serra, turismo rural, águas termais, cânion, ótima gastronomia, excelentes festas, diversidade cultural e as belezas do litoral, que não se vão com o frio. É preciso pensar já em novos eventos, especialmente para esse público. Nosso desafio requer criatividade, planejamento, organização e divulgação.   Lembra da Copa de 2006, na Alemanha? Pois lá a Fifa inaugurou as chamadas "Fan Fest", com telões não apenas para o público local, mas para turistas sem ingresso para os jogos. Foram mais de 18 milhões de pessoas que assistiram às partidas, seis vezes mais do que as que estiveram nos estádios. Santa Catarina tem todas as condições de realizar as melhores "Fan Fests", que podem ser combinadas com atrações de nossas culturas locais, tão valorizadas pelo turista estrangeiro.   Devemos tentar trazer para cá seleções para treinamento e o sorteio das chaves, que é um dos principais eventos da Copa, com ampla cobertura internacional. Mas as oportunidades não param por aí. Como dizem os jogadores, é hora de erguer a cabeça. E bola pra frente!       (Artigo publicado no Diário Catarinense em 06/06/09)   Autor: Ideli Salvatti – Senadora...

A pretensão da grande mídia não tem limites

09/06/2009
Só faltava essa: a pretensão da grande mídia não tem limites. Ela é capaz de tudo para manter o monopólio que exerce de fato. A Associação Nacional dos Jornais (ANJ) fez uma nota para repudiar – isso mesmo! – a iniciativa da PETROBRAS de divulgar todas as informações pedidas pelos jornalistas e jornais a respeito da empresa no seu blog http://petrobrasfatosedados.wordpress.com/. Como sabemos, e já conhecemos fartamente, o método do jornalismo de escândalo – uma deformação do jornalismo investigativo, é publicar uma reportagem como denúncia e a partir dela iniciar um processo de investigação seja por CPIs, seja pelo Ministério Público. A forma é essa e o instrumento a denúncia bombástica, com chamada de 1ª página. Ao adiantar as informações a PETROBRAS tira da mídia uma arma que tem sido usada quando interessa a seus aliados e apenas contra o governo Lula e o PT. Nunca contra a oposição. Denúncia contra tucano desaparece rapidinho da mídia É só ver como as denúncias contra os tucanos ex-governador Geraldo Alckmin, governador-presidenciável José Serra, e contra o PSDB de São Paulo, em geral, desaparecem da imprensa. A internet e os blogs dão a todos os cidadãos e cidadãs, e às empresas, essa oportunidade democrática de dar informações, divulgarem a sua versão dos fatos com dados e elementos para a cidadania julgar. Democratizam a informação, possibilitam o exercício da liberdade de expressão. A tentativa da imprensa e da ANJ de censurar a PETROBRAS é um ato de violência e uma ilegalidade flagrante. A Associação, na verdade, derrama lágrimas de crocodilo ao dizer que ao divulgar os pedidos da imprensa a PETROBRAS intimida os jornais e os jornalistas. A questão é outra: com o blog da estatal os veículos e seus profissionais perdem um instrumento de luta política. É incontestável que com o blog criado pela PETROBRAS, com a máxima transparência e mais informações quem ganha é a democracia. O medo da grande imprensa e de seus aliados da oposição então é outro: é o da concorrência dos blogs, da internet, da democratização da mídia.   Autor: José Dirceu, advogado, ex-ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República e ex-presidente do...

Dói no bolso da Folha: o desespero da turma da ditabranda

03/06/2009
Depois de anunciar em editorial que a discussão sobre terceiro mandato é "assunto encerrado" (e, ao mesmo tempo, manchetar em primeira página a discussão sobre o terceiro mandato — numa demonstração de clara esquizofrenia), o jornal da ditabranda passou recibo sobre suas reais preocupações: é no bolso (dos Frias) que o avanço de Lula (e de Dilma) dói mais. A "tese" está em artigo de Fernando Barros e Silva, na página 2 do jornal, intitulado "O Bolsa-Mídia de Lula". Fernando não é só um articulista. Ele é o editor de “Brasil”. Por ele, passam as decisões editoriais mais importantes do jornal. No artigo, Fernando analisa "reportagem" da própria Folha, que mostra como Lula pulverizou a verba publicitária do governo: em 2003, 179 jornais receberam verbas federais; em 2008, foram 1.273. Lula fez o mesmo com rádios e com a internet. Isso, ao que parece, não agradou o Fernando… Vejam o que ele escreve: "a língua oficial chama (a tal pulverização de verbas) de regionalização da publicidade estatal e vende como sinal de ‘democratização’. Na prática, significa que o governo promove um arrastão e vai comprando a mídia de segundo e terceiro escalões como nunca antes nesse país". O argumento é tão rasteiro que dá até dó. Quer dizer que quando a verba ia só para o "primeiro escalão" (onde, suponho, Fernando inclui a Folha) os governos anteriores também estavam "comprando a mídia"? É esse o jogo? O "primeiro escalão" quer ser comprado sozinho? Sem concorrência? A tal pulverização dói no bolso, é isso Fernando? Se dói, melhor você arrumar argumentos melhores pra fazer o dinheirinho voltar pro bolso do chefe. Fico a aguardar algum comentário sobre a decisão de José Serra, que mandou as escolas públicas de São Paulo assinarem Folha e Estadão. Aí pode? Nesse caso, Serra estaria também "comprando" apoio? Ou nem precisa? Mais adiante, outra pérola do articulista "ditabrandista": "Essa mídia de cabresto que se consolidou no segundo mandato ajuda a entender e a difundir a popularidade do presidente. E talvez explique, no novo mundo virtual, o governismo subalterno de certos blogs que o lulismo pariu por aí". O Fernando tá chateado com os blogs porque eles fazem a crítica da "grande mídia", reduzem o poder dos jornais, tiram de veículos como a Folha a aura de "isentos formadores de opinião" Mas não precisa ficar tão nervoso, Fernando. Não julgue os outros com seus parâmetros. Por último, adorei saber que a popularidade de Lula não se deve aos programas sociais, nem ao sucesso da economia, nem à formação de um amplo, e internacionalmente reconhecido, mercado interno de novos consumidores. Não, nada disso. É pura propaganda do Lula! Agora, eu entendi. Ainda bem que — apesar de...

Internet vs. Mídia tradicional: mudança sem retorno

02/06/2009
Pesquisa revela que 83% dos consumidores de mídia no Brasil produzem seu próprio conteúdo de entretenimento usando, por exemplo, programas de edição de fotos, vídeos e músicas. O público de faixa etária entre 26 e 42 anos é o mais envolvido com atividades interativas na rede.   Duas pesquisas divulgadas recentemente mostram, de forma inequívoca, a dimensão das mudanças que estão ocorrendo no “consumo” de mídia, tanto no Brasil como no mundo. Elas são tão rápidas e com implicações tão profundas que, às vezes, provocam reações inconformadas de empresários e/ou autoridades que revelam sérias dificuldades para compreender ou aceitar o que de fato está acontecendo no setor de comunicações. Internet supera TV A primeira dessas pesquisas é “O Futuro da Mídia” desenvolvida pela Deloitte e pelo Harrison Group. A Deloitte é a marca sob a qual profissionais que atuam em diferentes firmas em todo o mundo colaboram para oferecer serviços de auditoria e consultoria. Essas firmas são membros da Deloitte Touche Tohmatsu, uma verein (associação) estabelecida na Suíça. Já o Harrison Group é uma consultoria independente com sede nos EUA. A pesquisa, realizada simultaneamente nos EUA, na Alemanha, na Inglaterra, no Japão e no Brasil, identificou como pessoas entre 14 e 75 anos “consomem” mídia hoje e o que esperam da mídia no futuro. A coleta de dados foi feita entre 17 de setembro e 20 de outubro de 2008 e a amostra foi dividida em quatro grupos de faixas etárias: a “Geração Y”, com idade entre 14 e 25 anos; a “Geração X”, que tem entre 26 e 42 anos; a “Geração Baby Boom”, formada por pessoas entre 43 e 61 anos; e a “Geração Madura”, que compreende os consumidores entre 62 e 75 anos. No Brasil, foram ouvidas 1.022 pessoas, classificadas nas quatro faixas etárias. Vale a pena transcrever o que a própria Deloitte relata sobre alguns dos resultados referentes ao Brasil (cf. Deloitte, Mundo Corporativo n. 24, abril/junho 2009). O levantamento mostra que o Brasil, com um mercado formado essencialmente por um público jovem é, dos cinco países participantes da pesquisa, aquele em que os consumidores gastam mais tempo por semana consumindo informações ofertadas pelos mais variados meios de comunicação e se mostram especialmente envolvidos com atividades on-line. Os consumidores brasileiros gastam 82 horas por semana interagindo com diversos tipos de mídia, incluindo o celular. Para a grande maioria (81%), o computador superou a televisão como fonte de entretenimento. Os videogames e os jogos de computador constituem importantes formas de diversão para 58% dos entrevistados. (…) (grifo nosso) Uma das principais informações reveladas é que o usuário quer participar, interferir. De acordo com as entrevistas realizadas com o público nacional, 83% dos consumidores de mídia produzem...

A notícia que não estava lá

19/05/2009
A conhecida promiscuidade da grande imprensa com o antigo bloco de poder determina os enquadramentos noticiosos. Foi esse o critério editorial que decidiu que o Prêmio da Paz, concedido pela Unesco ao presidente Lula, deveria ser a "notícia que não estava lá". Disponível em boas locadoras, O homem que não estava lá é uma lição de cinema. O excelente filme dos irmãos Coen, rodado em preto e branco, é programa obrigatório para cinéfilos exigentes. Mescla melancolia, absurdo e tragicidade em estilo refinado e contundente. Vale a pena conferir. Sem qualquer pretensão ficcional, os grandes jornais do eixo Rio- São Paulo não deram, sequer nas dobras inferiores da capa, chamada para uma notícia que, pela relevância, deveria ser objeto de destaque, com direito à análise de colunistas e menção em editoriais: a concessão, pela Unesco, do Prêmio de Fomento da Paz Félix Houphouët-Boigny 2008, ao presidente Lula. Novamente a constatação se impõe: quando a informação deixa de se submeter a outro imperativo que não seja o do aprofundamento democrático, a liberdade desejada se apresenta como sua própria contrafação. O noticiário sobre o fato se resumiu a pequenas colunas nas páginas internas, praticamente reproduzindo o comunicado do organismo da ONU. A TV Globo ignorou totalmente o fato, evidenciando, mais uma vez, a clara partidarização que define os critérios de noticiabilidade da emissora, e seu caráter de prestadora de serviços a uma oposição que tem no denuncismo vazio sua única forma de ação. Ora, se levarmos em conta que a narrativa midiática, desde 2003, segue o mesmo diapasão, apresentando o governo como algo pontuado por descompassos entre discursos e práticas, entre retórica e realidade, sem projetos nas áreas de educação, saúde e infra-estrutura, a premiação do presidente deve mesmo ocultada de todas as formas possíveis. Afinal, mais que uma distinção honorífica a um chefe de Estado, que é definido nas páginas como alguém que “se limita a requentar e rebatizar programas da administração anterior”, os motivos apresentados pelo júri expressam a deslegitimação de um jornalismo que já não convence mais ninguém quanto a sua alegada seriedade e isenção. Quando o ex-presidente de Portugal, Mário Soares, diz que Lula foi escolhido “por seu trabalho em prol da paz, do diálogo, da democracia, da justiça social e da igualdade de direitos, assim como por sua inestimável contribuição para a erradicação da pobreza e a proteção dos direitos da minoria", os nossos escribas sentem que sua produção diária, mais uma vez, foi estilhaçada. Sempre que lhes tiram o chão, rasgando os pés de quem anda na contramão da história, os profissionais da imprensa de pequenos favores sabem que não lhes restam saídas: ou baixam o teor de predisposição ideológica com que tratam a figura do...

Desculpem a moléstia

12/05/2009
  Quero compartilhar com vocês algumas perguntas, moscas que zumbem na minha cabeça: O zapatista do Iraque, o que jogou os sapatos contra Bush, foi condenado a três anos de prisão. Não merecia, na verdade, uma condecoração? Quem é o terrorista? O zapatista ou o zapateado? Não é culpado de terrorismo o serial killer que, mentindo, inventou a guerra do Iraque, assassinou a um montão de gente, legalizou a tortura e mandou aplicá-la? São culpados os habitantes de Atenco, no México, ou os indígenas mapuches do Chile, ou os kekchies da Guatemala, ou os camponeses sem terra do Brasil, todos acusados de terrorismo por defender seu direito à terra? Se sagrada é a terra, mesmo se a lei não o diga, não são sagrados também os que a defendem? Segundo a revista Foreign Policy, a Somalia é o lugar mais perigoso do mundo. Mas quem são os piratas? Os mortos de fome que assaltam navios ou os especuladores de Wall Street, que há anos assaltam o mundo e agora recebem multimilionárias recompensas por suas atividades? Porque o mundo premia os que o saqueiam? Por que a justiça é cega de um único olho? Wal Mart, a empresa mais poderosa de todas, proíbe os sindicatos. McDonald’s, também. Por que estas empresa violam, com delinqüente impunidade, a lei internacional? Será que é por que no mundo do nosso tempo o trabalho vale menos do que o lixo e valem menos ainda os direitos dos trabalhadores? Quem são os justos e quem são os injustos? Se a justiça internacional realmente existe, por que não julga nunca aos poderosos? Não são presos os autores dos mais ferozes massacres? Será que é porque são eles que têm as chaves das prisões? Por que são intocáveis as cinco potências que tem direito de veto nas Nações Unidas? Esse direito tem origem divina? Velam pela paz os que fazem o negócio da guerra? É justo que a paz mundial esteja a cargo das cinco potências que são as cinco principais produtoras de armas? Sem desprezar aos narcotraficantes, este também não é um caso de “crime organizado”? Mas não demandam castigo contra os senhores do mundo os clamores dos que exigem, em todos os lugares, a pena de morte. Só faltava isso. Os clamores clamam contra os assassinos que usam navalhas, não contra os que usam mísseis. E a gente se pergunta: já que esses justiceiros estão tão loucos de vontade de matar, por que não exigem a pena de morte contra a injustiça social? É justo um mundo em que a cada minuto destina três milhões de dólares aos gastos militares, enquanto a cada minuto morrem quinze crianças por fome ou doença curável? Contra quem se...

Sob o pretexto da crise, patrões querem enterrar redução da jornada

01/05/2009
A posição dos trabalhadores deve ser a negação da lógica patronal, pois se trata de uma posição de classe. A contradição é insanável e inconciliável. O movimento sindical não deve, sob pena de sucumbir, assimilar o discurso da crise para protelar a aprovação da proposta Até os aliados da proposta de redução da jornada de trabalho, sem redução de salário estão assimilando a lógica patronal, que com ou sem crise são contrários a aprovação da PEC 231/95, dos ex-deputados e atuais senadores Inácio Arruda (PCdoB/CE) e Paulo Paim (PT/RS). Agora a tese patronal está ancorada na crise para justificar a posição divergente dos empregadores. Então, se daqui para frente o País sair da crise quer dizer que os patrões serão favoráveis à proposta. Imaginarão os incautos. Não. Os patrões são contra, independente da situação econômica do Brasil, pois entendem que a solução do desemprego passa por outras alternativas: banco de horas, flexibilização de direitos, renúncia fiscal… Certo e aceitável, do ponto de vista dos patrões. A posição dos trabalhadores deve ser a negação da lógica ou posição patronal, pois se trata de uma posição de classe. A contradição é insanável e inconciliável. Por isso, o movimento sindical não deve, sob pena de sucumbir, assimilar o discurso da crise para protelar a aprovação da proposta na comissão especial. Aprovar a proposta Em discussão desde a instalação da comissão especial, em 2 de fevereiro, quando iniciou-se a terceira sessão legislativa, o colegiado dispõe de 40 sessões para aprovar ou rejeitar a proposta. Nesta quarta-feira (29), os trabalhos da comissão já consumiram 20 sessões ordinárias do plenário da Câmara. O debate, para efeitos práticos da agenda do colegiado está na metade do caminho. Nesta terça-feira (28) foi realizada mais uma audiência pública para instrução da proposta. O amigo, com argumentos do inimigo Nesta nova audiência, o procurador-chefe da Procuradoria Regional do Trabalho da 10ª Região, Ricardo José Macedo de Britto Pereira, afirmou que, se a redução da jornada não vier acompanhada de outras medidas de proteção contra demissão em massa, pode significar mais desemprego ainda. É o tipo de argumento contra a proposta, pois reforça a tese patronal, que se regozija em ver e ouvir aqueles que defendem os trabalhadores defendendo, com ênfase e convicção, a posição que os patrões têm dificuldades de verbalizar, pois os seus argumentos são falsos e insustentáveis. Ora, antes da crise o País vivia uma fase de expansão e consumo interno, sob o binômio da estabilidade e controle da inflação, e os patrões nem por isso eram favoráveis à redução da jornada, sem redução de salário. Desse modo, se há alguma dúvida se esse mecanismo poderá amenizar o desemprego, que se prove com dados palpáveis essa tese....

Os cutistas e a Conferência Nacional de Comunicação

01/05/2009
Ao assinar o decreto convocando a Conferência Nacional de Comunicação (CONFECOM), o presidente Lula aponta para a necessidade de saldar uma dívida histórica com a sociedade brasileira, ainda hoje refém da ditadura midiática, com todas as suas trágicas e perversas implicações no campo político, ideológico e cultural. Ao confirmar no dia 20 de abril, por meio de Portaria, a escolha da Central Única dos Trabalhadores como uma das entidades representativas da sociedade civil na Comissão Organizadora da Conferência, ao lado da Fenaj, Fittert, FNDC, Intervozes e Abraço, entre outros importantes parceiros históricos da luta pela democratização da comunicação, o governo federal reconhece de direito um protagonismo que tem sido essencial na luta contra os barões da mídia. Agora, precisamos fazer com que, nos Estados, a partir da nossa intervenção militante, as comissões reúnam seus acúmulos e reflitam a contribuição que temos dado, oxigenando o debate. A Conferência aponta para a construção de políticas públicas rumo a uma efetiva democratização dos meios de comunicação do nosso país. Muito diferente do que apregoam os apóstolos do "deus mercado", o caminho para chegar lá não está numa hipotética concorrência entre as forças do capital – que via de regra significam mais do mesmo. O que precisamos é de uma intervenção consciente do Estado, sob uma lógica inclusiva, que fomente a participação da sociedade e tenha como prática o controle social. Esta é a forma de pavimentar muitas vias para o tráfego da informação e do diálogo entre os diversos atores, fugindo do pedágio da alienação, da falsificação e da mentira, costumeiramente cobrado por amplos setores da mídia. Daí a necessidade de que, ao longo do processo da CONFECOM, e de suas etapas distrital, estadual e nacional, a atuação dos cutistas seja guiada pelo compromisso em dar voz e vez aos mais amplos setores dos movimentos sindical e social, comumente invisibilizados e criminalizados pela lógica excludente do capital. Infelizmente, pelo tamanho dos cifrões dos interesses em disputa, não basta que tenhamos as mais belas e puras intenções. Para garantir uma intensa e rica participação popular em evento tão candente quanto decisivo para a construção de um novo marco regulatório para a comunicação em nosso país, precisamos que o conjunto da militância assuma a Conferência para si. Defendemos critérios para a destinação das verbas publicitárias, a fim de não aprofundar as atuais distorções, canalizando mais recursos para os meios alternativos e comunitários, investindo na conformação de uma vigorosa rede pública, levando em conta a diversidade social, as especificidades regionais, assegurando a tão necessária pluralidade. Defendemos a adoção de critérios democráticos e transparentes para a concessão e renovação das outorgas públicas de rádio e televisão, conforme estabelece a Constituição, impedindo que sejam utilizadas como moeda...

Trabalho, renda, direitos e desenvolvimento

30/04/2009
A origem do Partido dos Trabalhadores está na organização dos trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade pelos seus direitos, por melhores condições de trabalho e qualidade de vida. O PT é resultado do avanço da organização do povo brasileiro, que teve (e tem) o movimento sindical como um dos seus principais protagonistas e o 1º de Maio continua sendo a data máxima de luta e de luto pelos milhares de mártires, desde aquele fatídico ano de 1886, em Chicago, EUA, quando líderes operários que lutavam pela redução da jornada de trabalho foram condenados à morte. Neste 1º de Maio, a CUT está fazendo um chamamento para que tomemos as ruas em defesa do emprego, da renda e dos direitos, levantando a bandeira do desenvolvimento, da justiça e da solidariedade contra os que transformaram a economia do planeta em um gigantesco cassino financeiro. Ao longo dos anos, os países centrais e, particularmente, os EUA, impuseram sua receita de Estado mínimo, privatização, corte nos gastos públicos e redução de direitos sociais, retirando montanhas de recursos da produção para a especulação. Agora, a orgia financeira cobra seu preço e, em meio à ressaca, os capitalistas que lucraram bilhões parasitando o suor e o sangue da classe trabalhadora tentam passar a fatura dos rombos que geraram para o nosso bolso. No Brasil, setores que dominaram a nossa política e economia por oito anos (PSDB/Democratas), cúmplices e implementadores do neoliberalismo no nosso país, que tanto mal causou ao nosso povo, fingem que não são responsáveis pelo fracasso do seu projeto e se reorganizam com vistas a retomar o poder em 2010 para destruírem tudo o que foi conquistado no nosso governo. O Partido dos Trabalhadores, o movimento sindical e a população em geral estão atentos e não permitirão que um retrocesso como este aconteça. Assim como temos muito claro quem são os culpados da crise e já declaramos: “Não vamos pagar esta conta!” A globalização neoliberal e sua lógica excludente faliram e a melhor vacina contra os impactos negativos da crise internacional é a defesa do nosso mercado interno, do emprego, da renda e dos direitos sociais, trabalhistas e previdenciários dos brasileiros. Para enfrentar as demissões, é preciso pisar firme no acelerador do crescimento. É necessário reduzir urgentemente a taxa básica de juros e o elevado spread bancário, direcionando os recursos que ainda são drenados aos especuladores para o investimento público e produtivo, investir na reforma agrária e potencializar a agricultura familiar. O governo Lula está dando os primeiros passos e é necessário que aprofundemos a construção de um Estado que atenda às necessidades do nosso povo, com serviços ágeis, eficientes e de qualidade. Entendemos que a construção deste Estado passa por...

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