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Foto: Roberto ParizzottiApenas vinte dias após a presidenta Dilma Rousseff (PT) garantir, nas urnas, sua reeleição, a direita já reivindicava nas ruas seu impeachment. Era 15 de novembro de 2014 e o país conhecia a primeira de uma série de manifestações que tinham como alvo único o PT, sem qualquer argumentação ou base reivindicatória, o que acaba por convertê-las em atos desesperados em busca de um golpe na democracia brasileira. Naquele dia, uma prática emblemática desse setor começou a se escancarar, a violência.

No dia 15 de novembro de 2014, um homem por estar vestindo uma camiseta vermelha, foi agredido na avenida Paulista. Enquanto era linchado, ouvia gritos como: “Volta pra Cuba”. O caso não foi isolado, em outras manifestações pelo País, diversos relatos de agressões, inclusive a pessoas que não são de esquerda, mas usavam a cor vermelha, por exemplo.

No ato seguinte promovido pelos golpistas, dia 15 de março, mais violência estimulada e promovida pela direita. Na avenida Atlântica, no Rio de Janeiro, um homem cruzava a via com sua bicicleta, que tinha uma bandeira vermelha, quando foi interrompido e agredido. Enquanto uma liderança política gritava do carro que “não vamos pintar nossa bandeira de vermelho”, os manifestantes cercavam o ciclista gritando: “ladrão” e “comunista”. “Eu não fiz nada e eles iam me espancar”, lamentou a vítima.

Em 12 de abril de 2015, outra manifestação contra a presidenta Dilma. Em Recife, um homem vestia uma camiseta vermelha e foi cercado pela multidão, encurralado se escondeu no jardim de um prédio e foi protegido por policiais. Mesmo assim, ovos foram atirados em sua direção.

Ainda em 2015, no dia 18 de agosto, já com o movimento golpista sucumbindo, a direita foi às ruas novamente. Em São Paulo, na avenida Paulista, uma idosa usava uma camiseta vermelha quando foi abordada pelos manifestantes que passaram a chamá-la de “putinha do Lula” e “velha doida”.

Mais recentemente, no último dia 4 de março, o juiz Sergio Moro ordenou a condução coercitiva do ex-presidente Lula para depor na Polícia Federal. A medida, absoluta condenada por diversos setores da política e do judiciário brasileiro, foi comemorada pela direita. Porém, a opção feita pelos movimentos foi festejar na frente do prédio do ex-presidente, o que configura uma provocação gratuita com o óbvio intuito de gerar um conflito, que acabou por se confirmar.

CUT prega defesa da democracia sem violência

No próximo domingo (13), a direita volta às ruas. Em todo o país, o temor por conflitos entre defensores do golpe e do governo. A CUT, mantendo sua tradição democrática, insiste com sua militância para que evite ceder às provocações da direita e que foquem apenas no fortalecimento da democracia.

“Agora, enquanto temos ido às ruas para defender a democracia, o outro grupo – que irá às ruas no dia 13 – sai para defender um golpe, a volta da ditadura, veja só que contradição. Não vamos participar do ato do próximo domingo em São Paulo e sabemos que a democracia prevê a possibilidade de várias manifestações, mas que conflitos podem acontecer e somos contra a violência. A nossa militância já foi orientada para evitar provocações de grupos extremistas e de direita”, afirmou o presidente da CUT-SP, Douglas Izzo.

O presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, alertou para os riscos à classe trabalhadora se sucumbirmos a um golpe. “Estamos vivendo regime de exceção, está se construindo um golpe em que a democracia é a principal destruída. E trabalhadores precisam de democracia, sem democracia não há condições de defesa dos trabalhadores. Esse golpe é para acabar com nossos direitos, CLT, carteira assinada e construir a ideia de colaborador”, explicou.

Vagner lembrou, ainda, que as estruturas solidificadas durante os últimos 13 anos no País, correm perigo. “Eles querem destruir o arcabouço legal que construímos e com isso acabar com centrais e sindicatos. Se não há direitos a serem defendidos, não precisa haver entidades sindicais e essa estrutura jurídico-política, de conceito de classe operária e de defesa de direitos vão vender como ultrapassado. Se calarem nossos instrumentos, vão conseguir fazer o que querem.”

A CUT estabeleceu um calendário de manifestações para o mês de março. No dia 8, um grande ato no Dia Internacional das Mulheres manifestou sua solidariedade ao ex-presidente Lula e defendeu a democracia. Nos próximos dias 18 e 31, haverá manifestações em todo o País, sempre em defesa da democracia e mantendo o conflito apenas no campo das ideias e da política.

Fonte: Igor Carvalho/CUT Nacional

 

 

 

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