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Nada de Globo, nada de Galvão Bueno. Esta sexta-feira foi o #Diasemglobo, promovido por ativistas no Twitter em função da briga de Dunga com jornalistas da emissora. A mobilização levou o tema aos mais comentados na rede social de microblogues, mas abalou pouco a audiência da emissora. No primeiro tempo, eram 41 pontos na medição do Ibope.

Dunga surpreendeu e poupou Robinho do time titular. Nilmar foi a campo. A formação teve, assim, três reservas, já que Kaká e Elano não jogaram por expulsão e contusão. Com isso, o meio de campo não tinha a capacidade de trocar passes, de manter-se bem no campo de ataque, nem tampouco conseguiu assegurar velocidade nas saídas de bola.

Lúcio e Julio Cesar foram os melhores do Brasil em campo. Cristiano Ronaldo procurou o jogo do lado Português, mas não a ponto de fazer a diferença. Com o empate, o Brasil termina como líder do Grupo G. Portugal fica em segundo. Agora, o time nacional espera a definição do Grupo H, em que Chile, Espanha e Suíça disputam as vagas.

Dunga repete, com o resultado, o desempenho de Carlos Alberto Parreira em 1994 em número de pontos. Naquela ocasião, a seleção venceu duas (contra Rúsia e Camarões) e empatou uma (contra a Suécia).

Daniel Alves teve uma atuação regular, procurando jogo, mas sem conseguir grandes feitos. Foi mal nas cobranças de escanteio, apostando em levantamentos no primeiro pau. Mas por ter mostrado mais disposição, inclusive na marcação, foi melhor do que Julio Baptista. O camisa 19, que substituiu Kaká, jogou pouco.

Carlos Queiroz surpreendeu ao tirar homens de frente para fechar o time contra o Brasil. Neutralizou boa parte da capacidade ofensiva. Sem meias atuando bem, nem disposição do treinador brasileiro para colocar o time à frente, evitou gols e maiores complicações.

O jogo

A seleção brasileira manteve 60% de posse de bola, mas as melhores chances foram criadas por Portugal. O jogo só começou de verdade aos 25 minutos do primeiro tempo. Em jogada de Luis Fabiano pela direita, na entrada da área, ele cruzou para Nilmar, que tocou para o gol. Caprichosa, a Jabulani tocou a trave. A defesa falhou, mas a troca entre os atacantes brasileiros foi boa.

Na sequência, Portugal avançou rápido e Gilberto Silva empurrou Tiago dentro da área. Cheio de malandragem, conseguiu ludibriar a arbitragem, que não só não deu pênalti como ainda advertiu com cartão amarelo o meia lusitano. Maicon arriscou um chute da ponta direita, mas sem grande perigo. No segundo tempo, aos 48 minutos, Lúcio faria pênalti em uma disputa pelo alto. Nova ajudinha da arbitragem para a seleção brasileira.

Ainda na primeira etapa, aos 38, Maicon desceu pela ponta e fez um cruzamento alto para Luis Fabiano. O camisa 9 cabeceou para fora, em nova bobeada da defesa portuguesa.

O capítulo lamentável do jogo foi o nervosismo. O clima esquentou quando Felipe Melo quase deu vexame. O camisa 5 levantou a perna em excesso em uma dividida contra Pepe e exagerou na hora de afastar a bola na lateral. No movimento do chute, quase acertou (aparentemente com intenção) o técnico Carlos Queiroz. Aos 39, Pepe pisou na perna do volante brasileiro e tomou o amarelo.

O volante brasileiro daria duas entradas duras em Pepe. Apenas na segunda toma cartão amarelo. Dunga, corretamente, tira Felipe Melo para colocar Josué. Até Gilberto Silva percebeu que ele seria expulso se permanecesse na partida.

O clima de amistosidade no túnel do vestiário, quando os jogadores trocavam cumprimentos e afagos, deu lugar a tensão e nervosismo. O português Coentrão também recebeu amarelo por entrada em Daniel Alves. Começou a lembrar a pancadaria da partida entre as seleções em 1966.

Na etapa final, o jogo esfriou novamente, com o Brasil trocando passes e esperando boas oportunidades para tentar o gol. Michel Bastos chutou uma para fora e Luis Fabiano mandou uma cabeçada alta, meio despretenciosa, mas que assustou o goleiro Eduardo.

Com 15 minutos, o gol mais feito do jogo. Cristiano Ronaldo puxou o contra-ataque. Lúcio desarmou, mas Daniel Alves não tirou. Meirelles ficou livre para finalizar. Julio Cesar desvia a bola apenas o bastante para tirar a bola para escanteio. A camisa do 1 brasileiro rasga. Pior, ele sente a contusão nas costas, mas segue em campo. Dois minutos antes, Simão havia arriscado da entrada da área e fez Julio Cesar trabalhar. Em dois tempos, a defesa foi tranquila.

O Brasil parecia satisfeito com o 0 a 0, até porque não ia bem no jogo. Sem Felipe Melo, acredite quem quiser, piorou a troca de bolas, porque nem Gilberto Silva nem Josué estão bem. Claro que a ausência dos meias titulares e da movimentação de Robinho na frente também foram sentidas.

Dunga demorou para tirar Julio Baptista. Ele saiu aos 35 do segundo tempo, para entrada de Ramires. Cinco minutos depois, Grafite substitui Luis Fabiano. Dunga parecia acreditar que só algum tipo de predestinação tiraria o zero do placar.

Ramires entrou melhor, procurando jogo. Nos acréscimos, arriscou de fora da área. Como a bola desviou, Eduardo foi forçado a uma defesa difícil. Por pouco o gol não sai meio por acaso.

Aos 48, Portugal ensejou uma pressão. Juan falhou ao tentar sair jogando com a bola dentro da área, Danny ficou de cara com o goleiro Julio Cesar, que evitou o gol.

O pior jogo da seleção na Copa. O segundo 0 a 0 de Portugal. O Brasil precisa jogar mais nas oitavas.

Publicado em 25/06/2010 -

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