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O presidente do Paraguai, Federico Franco, foi vaiado hoje (15) por um grupo de aproximadamente 40 manifestantes em Assunção. Franco assistia à abertura das comemorações pelo 475° aniversário da capital paraguaia quando sugiram gritos de ‘golpista’ e outras palavras de ordem contra sua administração. As informações são da Agência EFE.

 

Isso porque a data de hoje coincide com aquele que seria o primeiro dia do último ano de mandato do ex-presidente Fernando Lugo, destituído por um impeachment-relâmpago no último 22 de junho. Federico Franco, que ocupava a vice-presidência, assumiu o poder após o parlamento paraguaio ter proposto, discutido e votado a destituição de Lugo em apenas 48 horas. O então presidente era acusado por mau desempenho de suas funções. Segundo deputados e senadores, essa incapacidade de governar teria ocasionado a morte de 17 pessoas — seis policiais e onze camponeses — durante uma reintegração de posse em Curuguaty, norte do país.

 

Antes de decretar o impeachment, o congresso paraguaio havia tentado aprovar a destituição constitucional de Fernando Lugo em 23 oportunidades desde 2008, quando venceu as eleições e assumiu o Palácio de López. Daí que os partidários do ex-presidente — e os manifestantes que vaiaram Federico Franco hoje em Assunção — acusem o atual governo de ‘golpista’.

 

Devido ao que foi interpretado pelos países vizinhos como uma ‘quebra da ordem democrática’, o Paraguai está suspenso da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e do Mercosul, bloco comercial composto por Brasil, Argentina, Uruguai e Venezuela. Aliás, o ministro de Relações Exteriores paraguaio, José Fernández Estigarribia, descartou hoje a possibilidade de realizar um plebiscito para que a população decida se o país deve continuar no Mercosul — a suspensão do Paraguai é temporária e condicionada à realização de novas eleições livres.

 

A proposta fora apresentada ontem pelo presidente Federico Franco. Segundo o chanceler, porém, a constituição proíbe que decisões de caráter internacional sejam definidas em consultas populares. “[A sugestão se deve ao] sentido democrático do presidente””, disse Estigarribia, conforme informou a Agência Brasil.

 

A saída definitiva do Paraguai, continuou, deve ser submetida à apreciação e votação no congresso. Empenhado em desfazer a impressão negativa causada pela destituição de Fernando Lugo, o chanceler acrescentou que os líderes estrangeiros observam o Paraguai e “têm uma visão clara do que ocorre” no país. Estigarribia, no entanto, avaliou que os latino-americanos “fazem juízo de valor errado” sobre a situação política paraguaia.

 

Rede Brasil Atual

Publicado em 15/08/2012 -

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