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Neste ano, as homenagens às mulheres serão prestadas pela CUT de forma diferente: o local escolhido foi o município de Santana do Livramento (RS), fronteira com o Uruguai. O lugar não é sem propósito: além de querer realizar um ato público conjunto com os trabalhadores do Cone Sul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) o movimento sindical estará também denunciando o alto índice de violência contra a mulher daquela região.

 

Segundo dados, o município gaúcho de Santana de Livramento é registrado como um dos que a mulher mais sofre estupro. Esta é apenas uma das violências contra a mulher; outras como agressões morais e psicológicas alastram-se pela região do Cone Sul, num claro desrespeito à mulher mãe, trabalhadora, cidadã e educadora.

 

No Brasil, apesar da vigência da Lei Maria da Penha, ainda é alto o índice de crimes cometidos contra a mulher. E, embora com o respaldo da lei, são poucas as que denunciam e compartilham com outras companheiras estes constrangimentos.

 

Como vemos, o medo e a falta de informação são grandes entre as companheiras. Precisamos prestar apoio, socializar experiências e informações para que realmente seja dado um basta na covardia daqueles que atacam – física e moralmente – as mulheres.

Nas escolas públicas catarinenses, onde 80% do quadro de trabalhadores são do sexo feminino, as agressões contra a mulher chegam de diversas formas – e muitas delas, sutis.

 

As agressões vão desde a falha na legislação que não valoriza a mulher, chegando à atitudes de colegas, pais e familiares que, educados sob o preconceito machista, não respeitam e humilham a mulher. Esta situação também é registrada contra as estudantes do sexo feminino, onde a mulher é discriminada e alvo de agressões constrangedoras, pejorativas e imorais.

 

O estado de Santa Catarina não disponibiliza de uma política pública de atendimento à mulher agredida: não há casas de abrigo que guarneçam as mulheres que sofrem com a agressividade do lar. Assim como também não há uma rede de apoio para dar amparo à mulher vítima de violência física ou moral (apenas algumas prefeituras fornecem atendimento às mulheres nestas condições). A política estadual catarinense não tem como preocupação oferecer algum serviço – público e gratuito – que ajude a mulher vítima de violência a reconstruir sua vida. Muitas delas, em razão da falta de recursos, se submetem às condições humilhantes impostas por seus agressores porque o Estado vira às costas para tão grave violação aos direitos humanos.

 

Companheiras, precisamos mudar esta realidade. Vamos, de fato, assumir o espaço já desbravado e conquistado por outras mulheres. Vamos mostrar aos nossos parceiros, amigos, colegas e vizinhos que somente unidos podemos pensar num mundo justo, de lutas comuns que busquem a valorização do ser humano, independente de sexo e classe social.

Autor: Anna Julia Rodrigues

Publicado em 6/03/2009 -

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