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Mês da consciência negra: marchando contra o racismo, a violência e pelo bem viver
11/11/2015
Por Maria Julia Nogueira, Secretária de Combate ao Racismo da CUT Nacional As mulheres negras aprenderam ao longo da sua trajetória a questionar na política seus anseios e dores. Atualmente, depois de muita luta, estão conseguindo dar visibilidade a questões como racismo, violência e preconceito. E no mês da consciência negra – 20 de novembro marca a data da morte de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares, em 1695 –, sindicatos, ramos e CUTs Estaduais realizarão atos em dezenas de cidades para exaltar a contribuição dos negros na construção da sociedade brasileira e, também, para denunciar o recrudescimento do racismo nos últimos anos. Em Brasília, no dia 18 de novembro, será realizada a 1ª Marcha das Mulheres Negras “contra o racismo, a violência e pelo bem viver”, uma homenagem a ancestralidade africana e em defesa da cidadania plena das mulheres negras brasileiras. A marcha demonstrará o protagonismo das mulheres negras em suas lutas e na busca de sua pauta e reivindicará o fim do genocídio da juventude negra, as agressões e assassinatos contra as mulheres negras, o fim do racismo e da discriminação. Nós temos muito ainda o que avançar para que uma pessoa negra seja tratada na sociedade brasileira em igualdade de condições de uma pessoa não negra, sem o ranço da casa grande e da senzala. Acreditamos que as dificuldades encontradas hoje pela população negra são reflexos do sistema escravocrata colonial brasileiro. Porém, nos últimos anos, foram registrados avanços em virtude do crescimento de movimentos sociais e da construção e implantação de políticas públicas voltadas para os negros. Além do estatuto da igualdade racial, a política nacional de cotas é um dos principais avanços ao longo dos anos. Na contramão destes avanços o racismo tem se mostrado cada vez mais forte, pessoas são atacadas nas redes sociais, ofendidas nas ruas e têm suas chances no mercado de trabalho reduzidas por causa da cor da pele. Outro dado alarmante foi demonstrado no Mapa da Violência 2015, que apontou um aumento de 54% no índice de assassinatos de negras entre os anos de 2003 e 2013 – de 1.864, em 2003, para 2.875, em 2013. No mesmo período, a quantidade anual de homicídios de mulheres brancas caiu 9,8% – de 1.747, em 2003, para 1.576, em 2013. A pergunta que fica no ar é, até quando o racismo será considerado injúria ou um mal-entendido? Quando o racismo passará realmente a ser considerado crime no Brasil? Somente a nossa luta fará essa transformação. Durante o 12º Concut – Congresso Nacional da CUT, nossa Central reafirmou seu engajamento contra o racismo ao firmar o compromisso com a luta durante a Década Internacional dos Afrodescendentes e apoiar as ações de combate a...

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