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Avanço neoliberal: fome atinge 42,5 milhões na América Latina e Caribe
16/07/2019
Relatório divulgado pela ONU critica paralisação dos investimentos em políticas sociais na região   A fome associada à subnutrição atingiu 42,5 milhões de pessoas na América Latina e no Caribe em 2018, segundo relatório divulgado pela ONU nesta segunda-feira (15) sobre o estado da segurança alimentar no mundo. O número equivale a 6,5% da população local e mantém a trajetória de crescimento iniciada com a crise econômica mundial e aumentada pelo avanço dos governos e ataques neoliberais na região. “A tendência a implementar programas sociais, que vinham incidindo na redução da fome há até três anos, foi altamente afetada”, afirmou à agência espanhola EFE o diretor adjunto de Economia do Desenvolvimento Agrícola da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), Marco Sánchez Cantillo. Na América do Sul, segundo nota divulgada pela FAO, a desnutrição saltou de 4,6% em 2013 para 5,5% em 2017, mantendo o índice em 2018. “Durante os primeiros 15 anos deste século, a América Latina e o Caribe cortaram a subnutrição pela metade. Mas, desde 2014, a fome vêm aumentando”, disse o Representante Regional da FAO, Julio Berdegué. A nota diz ainda que o aumento da fome está “intimamente associado à desaceleração econômica”, principalmente nos países cujas economias têm muita dependência da exportação de matérias-primas, as chamadas commodities – cujos preços tiveram queda acentuada a partir de 2011. “O declínio do PIB e o aumento do desemprego resultaram em menores rendimentos para as famílias. Após vários anos de reduções acentuadas na pobreza, o número de pessoas pobres subiu de 166 milhões para 175 milhões entre 2013 e 2015, aumentando de 28,1% para 29,2% da população”, diz a nota.   No mundo Das mais de 820 milhões de pessoas com fome, 513,9 milhões estão na Ásia (11,3% da população), 256 milhões na África (19,9%) e 42,5 milhões (6,5%) na América Latina e no Caribe. Na África, a subnutrição cresceu em quase todas as regiões. Em países do Oriente Médio, como Síria e Iêmen, não para de aumentar desde 2010.   Fonte: Brasil de Fato | Escrito por: Redação Brasil de Fato | Edição: João Paulo Soares | Foto: Marcello Casal Jr. | Agência...
Fome no mundo aumenta devido à especulação financeira; entenda
27/09/2018
Alimentos encarecidos garantem lucro de fundos de investimentos internacionais e populações ficam sem itens essenciais A fome no mundo aumentou pelo terceiro ano consecutivo. Em 2017, 821 milhões de pessoas não ingeriram a quantidade de calorias mínimas indicadas para atividades diárias. As informações foram apresentadas pelo relatório “A segurança alimentar e a nutrição no mundo”, da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgado no início do mês. Entre os fatores responsáveis pelo aprofundamento dessa mazela social, estão crises econômicas, conflitos armados e eventos climáticos como intensos períodos de secas, que impedem colheitas de produtos que estão na base da cadeia alimentar. O Atlas do Agronegócio 2018, organizado pelas fundações alemãs Heinrich Böll e Rosa Luxemburgo, apresenta ainda outro elemento: a especulação financeira nas bolsas de valores aumenta o preço das commodities agrícolas, mercadorias produzidas em larga escala, como por exemplo, o trigo, milho, cacau, café e açúcar, entre outros. As negociações das commodities são feitas por meio dos chamados contratos futuros, transações padronizadas entre produtores e fundos de investimentos para controlar os riscos que envolvem a produção. No caso das commodities agrícolas, não se pode prever se o preço será alto devido à escassez de produtos ou se será baixo devido à abundância, fatores determinados por elementos externos como o clima. Dessa forma, tanto o produtor quanto o comprador acordam um preço para a produção em uma determinada data futura e assim eliminam os riscos de uma possível oscilação na produção. Como funciona a especulação? Após o fechamento dos contratos futuros, também conhecidos como derivativos, se inicia o processo de especulação financeira por parte do comprador. Este adquire o ativo com a intenção de revendê-lo nas Bolsas de Valores, ou seja, realizar uma venda futura com lucro ainda maior, sob condições de incerteza. “Toda essa crise de aumento dos preços está muito ligada à amplificação das negociações especulativas desses contratos. Quando se fecha uma coisa em um determinado momento, é um preço. Quando acontece [na etapa final da produção], é outro. Nesse meio tempo, há a especulação para comprar e vender por mais ou por menos. No caso, quem está querendo vender, evidentemente, quer vender na alta”, explica Marcus Oliveira, economista e ativista ambiental. “Muita gente que atua nesse mercado não está interessado no produto. Não quer o café, por exemplo. Quer saber quanto será a safra e o volume para poder comprar isso e valorizar o papel que está comprando. Não é o café em si, complementa o especialista. Ao passo que os especuladores continuam a fazer apostas intensas, as commodities agrícolas se valorizam e o preço mundial dos alimentos é inflado. Por exemplo: se o preço da commodity milho aumenta, os preços da pipoca ou da pamonha, também passarão por uma elevação. Na opinião de Oliveira, a especulação sobre as commodities agrícolas afeta...
Fome aumenta e alcança 821 milhões de pessoas no mundo
12/09/2018
Tendência de baixa do número de subalimentados acaba. Em 2017, o aumento em relação ao ano anterior foi de 15 milhões de pessoas, o que significa um retrocesso a níveis de uma década atrás Na batalha da humanidade contra a fome, os seres humanos estão perdendo. Em 2017, 821 milhões de pessoas iam dormir todos os dias sem ingerir as calorias mínimas para suas atividades diárias, 15 milhões a mais do que no ano anterior, o que significa um retrocesso a níveis de 2010. Os dados reunidos no relatório A Segurança Alimentar e a Nutrição no Mundo da ONU, publicado nesta terça-feira, confirmam que não é um aumento isolado; ainda que os especialistas resistam em falar de uma mudança de tendência, já são três anos seguidos de aumento. Os conflitos, os eventos climáticos extremos e as crises econômicas são os principais responsáveis por essa regressão, de acordo com o estudo elaborado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO)junto com outras quatro agências da ONU. As graves secas ligadas ao forte fenômeno El Niño de 2015 e 2016 são especialmente culpadas. Sem água, as plantações e o pasto aos animais não crescem. Isso significa que, nos países altamente dependentes da agricultura, milhares de pessoas ficam sem alimentos suficientes para comer e sem fonte de renda para comprar comida no mercado. A falta de chuvas, de fato, causa mais de 80% dos danos e perdas totais na produção agrícola e de gado. “Se não fizermos mais, os três anos de aumento serão quatro. Reduzir a fome não é uma questão de fé, depende de nossas ações”, diz Kostas Stamoulis, diretor adjunto da FAO. Se no ano passado o órgão pedia o fim da violência para uma melhora na situação alimentar mundial, a nova edição foca na necessidade de se melhorar a resiliência das pessoas diante dos eventos climáticos extremos, ou seja, fortalecer sua capacidade de se adaptar, resistir e enfrentar uma adversidade. “Pense em um terremoto. Dependendo de sua intensidade uma casa resistirá ou desabará. Não podemos mudar a intensidade do tremor, mas podemos mudar a resistência da casa”. Stamoulis afirma que o mesmo deve ser feito com as pessoas: prepará-las para o pior. “Temos os conhecimentos e as ferramentas para isso, devemos colocá-los em andamento”. E é preciso fazê-lo “em larga escala e de maneira acelerada”, diz Marco Sánchez-Cantillo, diretor de economia e desenvolvimento agrícola da FAO. “Por exemplo, os sistemas de alerta precoce que permitem antecipar soluções no caso de uma eventualidade se mostraram eficientes. Existem países que implantaram esse sistema, mas não é generalizado”, afirma. A maioria dos países que enfrentam crises alimentares relacionadas ao clima (20 de 34) atravessa contextos de paz. Mas quando os choques climáticos ocorrem em...

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