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Do que estamos falando quando falamos sobre mulher e trabalho?
08/03/2017
Por Lenina Formaggi A relação entre mulher e trabalho não é recente – no Brasil, sua presença é significativa em muitos setores da indústria desde o início do século XX, seja diretamente, no chão de fábrica, ou indiretamente, realizando tarefas domésticas que permitiam a diminuição dos custos de sobrevivência de suas famílias. O que pode ser considerado relativamente novo é a ‘feminização’ do mercado de trabalho, ou seja, o crescimento contínuo das taxas de participação femininas desde a década de 1970. Mais adiante, em 2015, as mulheres passam a representar 44% da população economicamente ativa no Brasil. Porém, apesar da paridade quantitativa, podemos dizer que existe igualdade qualitativa? A inserção econômica massiva das mulheres garantiu mais autonomia e igualdade em outras esferas? Em primeiro lugar, precisamos saber que a forma pela qual a mulher se insere no mercado de trabalho é pautada por uma ordem de gênero e por uma divisão sexual cuja intenção é criar uma “separação de papeis” aparentemente determinada pela condição biológica – conferir à mulher a função primordial de cuidar da esfera doméstica, ou privada, e ao mesmo tempo atribuir a essa esfera um valor social inferior ao da “pública”. Ao produzirmos e reproduzirmos estas noções desde as etapas iniciais de socialização, fazemos com que elas condicionem fortemente as formas desiguais de inserção de homens e mulheres na sociedade, de maneira ampla, e no mundo do trabalho mais especificamente. Basta observar, por exemplo, a valorização de determinadas atividades em detrimento de outras. De forma geral, atividades exercidas por homens (especialmente por homens brancos) recebem maior reconhecimento da sociedade – implicando, ao fim e ao cabo, maior poder e maiores rendimentos. Já as ocupações feminizadas que guardam semelhanças com tarefas de cuidado familiar e doméstico (professora, enfermeira, assistente social) geralmente são desvalorizadas – e mal remuneradas. As funções desempenhadas na esfera privada sequer têm seu valor econômico reconhecido. Nessa divisão, geram-se resultados que impactam desde a jornada de trabalho (ao redor do mundo as mulheres têm um dia de trabalho mais longo) até a forma de inserção da mulher no mercado: ao repetirmos indefinidamente que determinadas características (paciência, docilidade, habilidade manual, cuidado) seriam ‘aptidões naturais’ e exclusivas das mulheres criamos uma situação de estreitamento das oportunidades de inserção feminina. Ainda que possamos considerar que fatores como a divisão sexual do trabalho na família e a sexualização de percursos educativos sejam fundamentais na produção de discriminação e desigualdade no mundo profissional, vale lembrar a ressalva feita pela pesquisadora Margaret Maruani: o mercado de trabalho não tem um papel passivo. Ele não é simplesmente o lugar em que as desigualdades vindas ‘de fora’ são reproduzidas: ele próprio é um produtor de diferenças, de desigualdades, de segregação e de...
Mulheres debatem o enfretamento contra as reformas
08/03/2017
Com o Auditório Antonieta de Barros lotado de mulheres (mais de 500 pessoas), a Bancada Feminina da Assembleia Legislativa realizou nesta terça-feira, 7 de março, o seminário “Os Direitos das Mulheres – na Perspectiva dos Novos Tempos”. O evento integra a agenda de comemorações ao 8 de março, Dia Internacional da Mulher, e teve como principal atração a palestra da filósofa e escritora Márcia Tiburi. A construção do seminário é uma contribuição que a Bancada Feminina trouxe para a organização e o empoderamento das mulheres, de acordo com a coordenadora, deputada Ana Paula Lima (PT). “Há muitos anos a gente vem discutindo o dia 8 de março, não como dia de comemoração, mas como dia de reflexão, dia de vigiar os nossos direitos para que a gente não perca mais”, frisou. A deputada convocou as mulheres a que parem as suas atividades nesta quarta-feira e vão para as ruas para fazer o debate com a sociedade sobre a perda de direitos, principalmente na previdência social. “As mulheres têm que parar, repensar o seu papel, se empoderar para isso, para que a gente não perca mais do que já perdemos nos últimos anos.” A Secretaria de Mulheres da CUT-SC, Sueli Silvia Adriano, ressaltou a importância de dar visibilidade a pauta das mulheres trans, lésbicas e bissexuais. Além disso, Sueli trouxe o debate das Reformas que estão sendo propostas por Temer e que propõe a retirada de direitos trabalhistas e previdenciários. O papo reto da Márcia Tiburi – Doutora em Filosofia e autora de vários livros, Márcia Tiburi é professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro e colunista da Revista Cult. Ao palestrar no seminário, ela convocou as mulheres a participarem da política e falou sobre a necessidade de alterar a precariedade da representação feminina no Parlamento no Brasil. “Essa é uma das questões mais graves que a gente enfrenta no cenário nacional, o problema dos direitos que cada vez mais são aviltados, em um cenário que, a gente não pode esquecer, é um cenário de golpe, de um governo ilegítimo, que tem destruído os direitos das pessoas, sobretudo dos trabalhadores e das mulheres, que são todas trabalhadoras”. Para aumentar a representatividade feminina, disse, é preciso estimular a participação na vida política, que é a vida pública, e também politizar a esfera doméstica. “A vida da casa também é uma vida política. A violência doméstica está relacionada à desigualdade doméstica. Então, é preciso politizar essa esfera e pensar na questão dos direitos já na vida doméstica”, ensinou. Márcia Tiburi disse que é preciso pensar nos direitos na vida pública. “O direito de votar foi conquistado por mulheres no início do século 20 por mulheres que lutaram por isso. Hoje nós...
Temer acaba com o Natal dos trabalhadores
23/12/2016
Em nota oficial, CUT diz que reforma de Temer é ineficaz, inoportuna e autoritária A reforma trabalhista anunciada nesta quinta-feira (22) pelo governo do ilegítimo e golpista Temer é ineficaz, inoportuna, autoritária e não resolve o problema do Brasil. É ineficaz por não enfrentar o principal problema do País, que é a estagnação econômica, a crise da indústria e o desemprego que atinge milhões de famílias. É inoportuna porque está fora da realidade, foi elaborada às vésperas do Natal, o que demonstra a falta de compromisso dos golpistas com o povo, com a classe trabalhadora. É autoritária porque é unilateral, decidida sem amplo debate com as centrais sindicais e a sociedade. A CUT não negociou esse pacote. Ao contrário do que disse o governo Temer, não é verdade que a CUT foi chamada em algum momento para negociar mudanças na legislação trabalhista.As questões referentes ao mercado de trabalho são extremamente importantes para serem discutidas e encaminhadas em formato de Medida Provisória. Ao tomar essa decisão, o governo do golpista e ilegítimo Temer demonstra mais uma vez o desrespeito para com a representação e a negociação de temas extremamente importantes para toda a sociedade. O método só comprova o “modus operandi” de um governo ilegítimo, que não foi eleito e não tem preocupação com as relações sociais nem com a opinião da sociedade. É um atentado à negociação. É um golpe à classe trabalhadora. A CUT é contra toda e qualquer retirada de direito da classe trabalhadora e lutará para que isso não aconteça. Nenhum direito a menos! Central Única dos Trabalhadores São Paulo, 22 de dezembro de 2016.   Fonte: CUT Nacional www.cut.org.br Foto: Roberto...
Paralisação faz esquenta para Greve Geral
23/09/2016
O ato organizado pelas centrais sindicais CUT, CTB, Intersindical, CSP Conlutas e UGT levaram ás ruas mais de 5 mil trabalhadores e trabalhadoras no dia 22 de setembro Dia Nacional de Paralisação fica marcado em Santa Catarina com adesão de várias categorias do serviço público e paralisação dos trabalhadores no transporte público da Grande Florianópolis. O dia de luta começou cedo, eram 4 horas da manhã e representantes dos movimentos sociais e sindicais já estavam nas portas das garagens de ônibus dialogando com os motoristas sobre a importância da paralisação e da luta em defesa dos direitos. Foram duas horas de paralisação do transporte coletivo da Grande Florianópolis, tempo suficiente para que toda a cidade se perguntasse o que estava ocorrendo. “É preciso que os trabalhadores saiam dessa inércia e percebam a gravidade dos projetos apresentados pelo governo Temer. Esse dia de paralisação é para mostrar aos políticos que não ficaremos de braços cruzados vendo eles retirarem nossos direitos. Vai ter muita luta!”, explica Anna Julia Rodrigues, presidenta da CUT-SC. No período da tarde foi a vez dos trabalhadores do serviço público mandarem o seu recado. Praças do centro de Florianópolis foram ocupadas pelos trabalhadores que começaram divididos em sete assembleias e depois se unificaram numa grande passeata pelas ruas do Centro de Florianópolis. Na passeata trabalhadores de várias categorias estavam com cartazes e faixas nas mãos que demostravam o seu descontentamento e suas reivindicações pedindo o “Fora Temer”, contra retirada de direitos e contra projetos que tramitam no Congresso Nacional, com o PL 257 e a PEC 241, que prevê o congelamento dos investimentos nas políticas públicas durante 20 anos. Após o fim da passeata, que contou com uma fala da cantora e compositora, deputada estadual de São Paulo Leci Brandão, o ato que saiu da Praça Tancredo Neves em frente à Alesc, foi até em frente ao Terminal Integrado do Centro, o TICEN, lá os sindicalistas encerraram a atividade e convidaram todos os trabalhadores para somar forças no ato da noite organizado pelo Movimento da Rede Fora Temer. Atos pelo estado – Além da capital catarinense, a maior cidade do estado, Joinville, também realizou paralisação dos trabalhadores do serviço público. A partir das 9 horas, os servidores municipais de Joinville e Itapoá, o movimento da juventude Liberdade e Luta, a União Joinvilense dos Estudantes (Ujes), Grêmios Estudantis e dirigentes sindicais de diversas categorias reuniram-se na Praça da Bandeira. Como encerramento das atividades da manhã, os trabalhadores fizeram uma caminhada até a sede do sindicato. Durante a passeata entregaram uma carta à comunidade relatando os motivos da paralisação. Às 14 horas, o advogado previdenciário Luiz Gustavo Rupp palestrou no Sinsej sobre a Reforma da Previdência para um plenário...

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