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Na rodada realizada nesta sexta-feira, o livro em que os representantes dos trabalhadores relatam a história da criação do Piso em SC foi apresentado aos empresários

Aberta nesta sexta-feira, 16 de dezembro, a negociação para definir o índice de reajuste do Piso Salarial Estadual em 2023. A segunda rodada ficou marcada para o dia 26 de janeiro de 2023, quinta-feira, às 14h, na FIESC.
Pelo 13º ano consecutivo, sentam-se de um lado da mesa representantes do Dieese-SC, Centrais Sindicais e Federações de Trabalhadores e, do outro lado, dirigentes da Fiesc e demais Federações empresariais, tendo como ponto em comum a intenção de chegarem ao acordo sobre o índice que será aplicado sobre as quatro faixas do Piso a partir de janeiro de 2023. Santa Catarina é o único estado, entre os cinco do país que têm um piso regional, onde o reajuste anual é definido pela negociação trabalhadores/empresários, cumprindo assim a Lei Estadual (Lei Complementar Nº 459, de 30/09/2009), que instituiu o Piso.
A reivindicação dos trabalhadores é de reposição integral do INPC de 2022, mais aumento real de 5%. Mas, nesta primeira rodada os empresários não colocaram nenhuma contraproposta na mesa, uma vez que esperam a definição do índice do INPC anual. A primeira rodada, assim, foi dedicada às análises do cenário que vivemos. “A negociação se dá no momento do fechamento de um ciclo, que arrochou o mercado interno, estrangulou o setor industrial – que poderia puxar o desenvolvimento econômico – e enfrentou uma crise internacional que estrangulou, também, o mercado de exportação. No nosso entendimento, não é o custo da força de trabalho que paralisa o crescimento, pelo contrário, força de trabalho empregada, serviço público robusto, é o que garante o mercado interno de consumo, especialmente o mercado interno da indústria em Santa Catarina”, afirmou o economista Maurício Mulinari, técnico do Dieese-SC na subseção da Fecesc. De acordo com ele, abre-se agora um novo ciclo, dos quais já se tem indicativos importantes em relação à política salarial: “Depois de anos de congelamento do salário mínimo, agora já se indica, no pior dos cenários, um ganho real significativo, o novo contexto está apontando para a retomada da política de expansão salarial”, defendeu.
O supervisor técnico do Dieese-SC José Álvaro Cardoso lembrou que nos últimos anos, principalmente com as políticas do governo Bolsonaro, houve uma perda salarial para a maioria das categorias, mas, ainda assim, as negociações ocorridas no estado garantiram a manutenção do valor real das 4 faixas do Piso. “Nesta mesa aqui houve um reconhecimento que não ocorreu na maioria das mesas de negociação do país, da importância do salário para fomentar o mercado consumidor interno”, afirmou. Entretanto, o economista chamou atenção para o fato de que esta negociação trata do Piso mínimo, ou seja, dos menores salários, destinados em sua maior parte para alimentar os trabalhadores. É na alimentação, conforme lembrou José Álvaro, onde os índices inflacionários são mais sentidos: a Cesta Básica medida pelo Dieese em novembro apontou que um trabalhador adulto em Florianópolis precisou de R$ 776,14 para comprar os 13 itens alimentícios em quantidades suficientes, para garantir, durante um mês, o seu sustento. O valor gasto por um trabalhador em Brusque foi de R$ 636,68. “Por isso nossa convicção em defender um ganho real no Piso, para garantir a subsistência desse trabalhador”, argumentou.

A história do Piso escrita pelos trabalhadores

Logo no início da negociação, o coordenador sindical do Dieese-SC e diretor da Fecesc Ivo Castanheira apresentou aos empresários o livro “PISO SALARIAL DE SANTA CATARINA – Uma luta para não esquecer”, lançado no mês de julho deste ano. O presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar se fez presente para receber um exemplar do livro, que também foi oferecido a cada um dos empresários e assessores presentes. Castanheira destacou que o relato pelo ponto de vista dos trabalhadores foi construído com a participação de mais de 100 entidades, reunindo o movimento sindical de todo o estado: “Registramos o nosso ponto de vista, mas é o relato de um processo em que os dois lados da mesa escreveram a história”.

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