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Em “Lula Relembra a 1.ª Conclat 30 Anos Depois”, o ex-presidente exerce uma de suas principais qualidades: a memória privilegiada. Enquanto assiste o único registro da primeira e única conferência nacional da classe trabalhadora, que deu origem à comissão Pró-CUT, em agosto de 1981, na Praia Grande, litoral paulista, ele aponta e faz comentários sobre dirigentes que participavam do encontro marcado por grande tensão.

Faz considerações sobre Luis Carlos Prestes, a quem chama de cavaleiro da esperança, brinca com sua imagem à época – “puta merda, que cara feio” –, comenta que era chamada de muleta da ditadura por Clara Ant, arquiteta, depois sua assessora especial e desenhista do logo da CUT.

Na noite desta quinta-feira (6), os delegados e delegadas da 13.ª Plenária Nacional da Central Única dos Trabalhadores puderam assistir em primeira mão a obra que será lançada para o público em geral no próximo dia 10, às 20h, na Cinemateca Brasileira. A produção da CUT e da Tatu Filmes, com participação da ViaTV e direção de Adrian Cooper, foi entregue aos participantes em um DVD que contém ainda o documentário sobre a Conclat.

Após a exibição, o produtor da Tatu Filmes, Cláudio Khans, subiu ao palco e aproveitou para citar a importância de Antônio Marques, o Toninho, do Cedoc-CUT (Centro de Documentação da CUT) para a realização do projeto. “Tudo começou com a insistência dele para recuperar essa obra e depois tivemos a ideia de gravar o Lula assistindo e comentando o documentário sobre a Conclat”, explica.

Ele acrescenta ainda que a recuperação de outro filme, “CUT Pela Base” está a caminho, aguardando apenas a solução de alguns problemas técnicos.

Khans acredita que o material é fundamental para o processo de formação da nova geração de sindicalistas. “Tem vários filmes que foram feitos à época. É importante que a CUT e outras entidades resgatem essa história para mostrar às novas gerações como a classe trabalhadora se organizou para lutar contra a ditadura”, comenta o cineasta que também foi responsável pelas filmagens da Conclat.

A espontaneidade de Lula, visivelmente emocionado durante o filme, tem relação com a forma de produção. A câmera focaliza o ex-presidente e um dos fundadores da CUT o tempo inteiro e a entrevista após o término do filme conduzida pelo jornalista Daniel Brazil foi feita em uma tacada só, sem edições e sem desligar a câmera.

Entre 1977 e 1983, lembra Toninho, há uma rica produção de cineastas a ser resgatada, incluindo o próprio Khans e outros nomes como João Batista de Andrade e Renato Tapajós. “Há uns seis anos de efervescência com filmes político-sindicais que deve ser recuperado”, acredita.

“Por coincidência do momento, nesse filme é bem forte a questão da autonomia sindical, que a CUT retoma agora. Mas, comecei a conversar com o Cláudio em 2004 e nossa preocupação era, em primeiro lugar, resgatar a nossa história. Porque preservar a memória também significa preservar direitos. Do contrário, convivemos com o retrocesso”, acrescenta.

Publicado em 7/10/2011 -

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