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Numa operação sincronizada em numerosas cidades dos EUA, a polícia lançou-se ao desalojamento dos diversos acampamentos do Occupar Wall Street. Pelo interesse que toda a informação relativa a este movimento deve suscitar, o diário.info reproduz algumas notícias acerca dessa ação, apesar de estes textos serem marcados por algum simplismo jornalístico na caracterização do conflito em causa.

Os ocupantes da Praça da Liberdade em Nova Iorque garantiram que irão intensificar o seu protesto contra o sistema capitalista que governa os EUA, depois de terem sido desalojados pela polícia na madrugada desta terça-feira, no decurso de uma acção em que foram detidas pelo menos 70 pessoas.

A porta-voz do grupo em Nova York, Beka Economopolous, declarou à comunicação social: “podem desalojar-nos, mas o movimento não desaparecerá. Os parques e praças são apenas um lugar simbólico em que as pessoas se reunirão sempre, mas este movimento nunca foi sobre um lugar concreto, mas sim sobre a mensagem”. Destacou a esse respeito que o movimento já se alargou a vários locais públicos da cidade, como Harlem, Brooklin ou Central Park.

“Este movimento não procura solicitar autorização às autoridades seja para o que for, mas exercer direitos que pertencem às pessoas. Temos a força de uma voz coletiva”, afirmou.

Os jornalistas testemunharam que a polícia de Nova Iorque deu entrada na Praça da Liberdade (Zuccotti) cerca das 01h00 locais (06h00 GMT) ao som de sirenes estridentes, na tentativa de desalojar os manifestantes. Estes formaram uma barreira humana, e 70 dos ocupantes foram detidos.

Os próximos dias representam um período alto para o turismo na cidade, e essa poderá ter sido a principal causa da medida tomada pelo presidente da Câmara. Pode haver um interesse econômico ligado às datas do natal e do ano novo, referiu a correspondente de Telesur. Mas mesmo tendo em conta as datas comerciais que se aproximam, os manifestantes fizeram circular nas redes sociais a informação de que em 17 de novembro irão bloquear Wall Street, como forma de comemorar os dois meses desde o início do movimento.

O movimento Occupar Wall Street instalou o seu acampamento no parque Zuccotti em 17 de setembro passado para protestar contra o sistema financeiro capitalista, sobre o domínio que exerce, sobre o sistema político nacional e contra as desigualdades na repartição da riqueza. Surgiram posteriormente, seguindo o mesmo modelo, múltiplos movimentos em várias cidades do país.

Ao longo do fim-de-semana o Occupar Wall Street foi desmantelado a ferro e fogo por todo os EUA

O fim-de-semana saldou-se por um balanço muito negativo para o movimento Occupar Wall Street. Por volta meia-noite de domingo (hora local) o número de detidos não era definitivo, devido a estarem ainda em curso operações policiais.

O acampamento de Salt Lake City (Utah), o de Denver (Colorado), os de Saint Louis (Missouri) e o de Portland (Oregon) já passaram à história. No caso do último, forma necessárias duas tentativas para desmantelá-lo, porque os ativistas resistiram à primeira investida policial. No campus de Berkeley (Califórnia), dezenas de ativistas foram presos quando se manifestavam a favor do movimento Occupar Wall Street, que nos últimos dias parece estar a deslocar as suas bases das praças públicas para os centros universitários, forçado pelos desalojamentos e pela rejeição da população, que começa a não desejar a sua presença na vizinhança.

Em Berkeley, diversas fontes informaram que as autoridades universitárias tinham autorizado os ativistas a permanecer durante uma semana, desde que não instalassem tendas de campanha ou utilizassem fogareiros ou instalações que dessem a imagem de haver quem estivesse a viver no local. Os manifestantes, no entanto, desobedeceram a esta ordem e instalaram um acampamento designado Occupar Cal (ocupemos Califórnia).
Os canais de televisão mostraram imagens da polícia a arrastar os manifestantes para fora das escadarias do campus e golpeando com bastões alguns que entoavam palavras de ordem como “somos os 99%” e “parem de bater nos estudantes”.

Em Salt Lake City a ordem de desalojamento chegou depois de na passada sexta-feira ter morrido um ativista dos “indignados”, supostamente devido a uma overdose de droga, segundo a informação de um jornal local. Outra morte, o suicídio de um vagabundo utilizando, segundo a polícia, uma arma roubada, levou a outra ordem de evacuação, no sábado, em Burlington (Vermont).

As autoridades dos vários Estados que decretaram os desalojamentos estão a tomar diferentes opções no que diz respeito à ação futura. No Utah será permitido aos “indignados” que regressem durante o dia, mas não será permitido que pernoitem. Em Oakland (Califórnia), onde se situa um dos maiores acampamentos do país, os manifestantes ignoraram a ordem de evacuação decretada após o assassínio a tiro de um jovem, na passada quinta-feira, nas proximidades do acampamento. As autoridades anunciaram que prenderão todos os que tentem passar a noite na praça.

Cantaram a Obama a canção do Ocupar. Um cantor havaiano converteu a sua atuação no jantar inaugural do Fórum Ásia Pacífico num gesto de solidariedade ao Ocupar.

Um popular cantor havaiano, Makana, converteu a sua atuação no jantar de trabalho inaugural da cimeira de líderes do Fórum Ásia Pacífico (APEC) num canto contra a globalização e a tirania dos bancos. Makana dedicou-se durante mais de 40 minutos a cantar diferentes versões de uma canção sua dedicada ao movimento anticapitalista Ocupar Wall Street. Transformando o jantar em Honolulu num inesperado concerto de protesto, Makana, que se supunha ir deleitar os 21 representantes presentes com música típica havaiana interpretou, em vez disso, uma canção que compôs em apoio ao movimento anticapitalista Occupar Wall Street: “Chegou o momento de levantarmos com raiva a voz/ contra os que nos encerraram numa jaula/ para nos roubar o valor do nosso trabalho”.

Quando as primeiras estrofes de “We are the many” (“Somos a maioria”) começaram a ressoar nos salões do luxuoso hotel Hale Koa, frente à praia de Waikiki, alguns dos convidados começara a sentir-se incômodos nos seus cadeirões, e em particular Barack Obama, ao qual uma parte da canção é dedicada.

“O nosso Governo não está à venda/ os bancos não merecem ser resgatados/ não premiaremos aqueles que falharam/ não desmobilizaremos até vencer”, recordou Makana ao presidente estadunidense, enquanto prosseguia a sua interpretação com um “ocuparemos as ruas/ ocuparemos os tribunais/ ocuparemos as vossas fábricas/ até que trabalhem para a maioria, e não para uns poucos.”

O artista, que interpretou durante aproximadamente 45 minutos várias versões de “We are the many”, subiu ao palco com uma camisa na qual estava escrito “Occupy with Aloha”, uma mensagem que combina a designação do movimento “indignado” estadunidense” com a palavra havaiana que entre outras coisas significa paz e amor.

“Estava muito nervoso. De fato, estava aterrado. Pensava em quais seriam as consequências. Foi muito divertido. Estava aterrado mas também me deu satisfação”, declarou o intérprete havaiano, de 33 anos, a diversos meios de informação locais.

Makana, cujo nome verdadeiro é Matthew Swalinkavich, disse que a canção incomodou alguns dos presentes mas que o casal presidencial estadunidense parecia demasiado absorvido com os seus convidados para se incomodar com o que estava a suceder.

Enquanto cantava, uns 400 manifestantes que incluíam opositores à globalização e ativistas havaianos pelos direitos humanos marcharam em direção ao local do jantar, ao qual não tiveram acesso devido às enormes medidas de segurança tomadas.

Fonte: ODiario.info

Publicado em 18/11/2011 -

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