Ativistas somos nós, nossa força e nossa voz
15/12/2014
O Fórum21: Ideias para o Avanço Social, iniciativa puxada pela Carta Maior, reúne um conjunto de pessoas que podemos e devemos chamar pelo nome apropriado de ativistas. Ativistas são pessoas capazes de unir capacidade de reflexão, debate, formulação e mobilização. São não apenas pessoas que falam, mas que escutam. Seguem, tanto quanto são seguidos. Estamos em um momento em que a esquerda precisa até mais de ativistas do que de partidos – esses já existem em número e diversidade suficiente. Sobram partidos, mas faltam mais ativistas. Os partidos e mesmo as organizações populares podem pouco sem reflexão, sem debate e sem formulação, requisitos para a mobilização. Partidos e organizações populares não são nada sem ativistas e se sua atuação não tem um alto grau de ativismo. A força de qualquer organização – partidária, sindical, de luta pela terra ou por moradia – depende não só de boas lideranças, mas de um sem número de ativistas, de preferência, que sejam tantos quantos forem seus associados. O Brasil viveu uma conjuntura, a partir das mobilizações de junho de 2013, em que cresceu um sentimento de revolta contra os partidos, incentivado por grupos de uma extrema direita raivosa (liberal ou militarista) e por tristes expoentes de uma mídia oligopólica também cada vez mais raivosa. Os raivosos têm seus partidos prediletos, mas os escondem quando enfrentam o público. De fato, os partidos, mesmo os de direita, são desprezados por esses grupos, que os veem como meros escudos de seus interesses. A direita, ao invés de ativistas, prefere celebridades. Transforma alguns de seus expoentes em ídolos. O ativismo direitista é apenas uma corrida de obstáculos para ver quem se sobressai. Quem se torna mais famoso imediatamente é alçado a um pedestal distante. E quanto mais célebres e distantes, mais incapazes se tornam para ver e escutar o que está acontecendo à sua volta. Para a direita, tanto melhor, pois suas celebridades estarão mais prontas para destilar veneno sem se preocupar com quem irão atingir – pobres, negros, nordestinos, mulheres, índios, comunistas, socialistas, petistas, a ralé. A esquerda precisa traçar um caminho inverso: transformar seus grandes nomes, cada vez mais, em ativistas que interagem com outros tantos. Por sua vez, é hora de ver florescer um espírito de ativismo que não é antipartidos, mas que vai além dos partidos. A política do país está diante de um cerco de forças conservadoras. O Congresso está tomado por uma maioria eleita sob o patrocínio de grandes grupos privados. A mobilização da sociedade, puxada por um grupo ainda mais mobilizado de ativistas, é a única garantia de que desse mato saia algum coelho e...