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Na avaliação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, entre os países que formam o G20 (grupo que reúne as principais economias desenvolvidas e emergente do mundo) o Brasil é o mais bem preparado para enfrentar a crise econômica mundial e, por isso mesmo, não vai deixar de investir “um centavo” do que estava previsto em razão do momento delicado por que passa a economia mundial.

Falando de improviso para uma platéia formado basicamente por artistas e intelectuais, na sede o Ministério da Cultura, no Rio de Janeiro, o presidente disse que o momento não é de desespero e que o Brasil vai sair desta crise ainda maior e mais fortalecido do que se encontra hoje. “É lógico que eu acho que é correto e necessário fazer uma analise da crise, mas é preciso que tenhamos a dimensão correta do que está acontecendo no mundo, até porque o mundo também não é bobo de se deixar auto-quebrar”.

Na avaliação do presidente, o país hoje está numa situação infinitamente melhor do que em qualquer outro momento de sua história. “Hoje nós somos um país com uma economia consolidada, com US$ 207 bilhões de reservas, com uma dívida pública que representa apenas 36% do PIB (Produto Interno Bruto), quando um país como a Itália (desenvolvido) tem 105% do PIB de dívida pública e outro país desenvolvido como os Estados Unidos têm uma divida pública de quase 70% do Produto Interno Bruto”.

Para o presidente parte dos problemas decorrentes da queda das exportações em conseqüência da retração da economia mundial pode ser resolvido internamente, porque o país tem um mercado grande e pungente.

Na avaliação do presidente Lula, a crise atual é mais séria que a de 1929, considerada até hoje como a mais grave da história da economia mundial, mas sustentou que ainda assim o país não pode se acovardar. "Em época de crise, a gente não pode se acovardar. E eu posso garantir a vocês que quanto mais crise, mais investimentos vamos fazer, porque isso é que vai gerar emprego e renda. Não podemos deixar que a roda-gigante da economia deixe de girar, porque aí é que a crise pode se instalar no país”, disse.

Lula comparou o mercado a um adolescente que se julga independente, mas, diante da "primeira dor de barriga", volta para a casa dos pais. "O que aconteceu com o mercado é que quando deu dor de barriga, chamaram o Estado, que negaram durante 20 anos. É por isso que o mercado precisa de controle e de regulação", afirmou.

 

O presidente criticou ainda o que chamou de “elite colonizada”, que achou fantástico o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Barak Obama, de que criaria 2,5 milhões de empregos até 2011, e muito pouco se falou que este ano no Brasil foram criados 2,149 milhões de empregos com carteira assinada. “Certamente que não mereceu [as informações sobre o número de empregos gerados no Brasil] 10% de destaque dos 2,5 milhões de empregos do Obama até 2011. Certamente o Obama sabe que ele tem que trabalhar logo para resolver a crise americana, porque se hoje a crise é do Bush, pois ele não tomou posse ainda, depois de oito meses a crise passa ser dele”.

Na opinião do presidente da República, é exatamente em épocas de crise que se tem que fazer os gastos necessários. "O que nós precisamos, enquanto presidente e governadores, é tomar a seguinte decisão: nós não vamos investir nenhum centavo em custeio enquanto tivermos dificuldade, mas vamos investir todos os centavos possíveis em coisas produtivas, que possam gerar emprego, distribuição de renda, salário e poder de compra para o povo brasileiro. É por isto que eu sou um cidadão otimista”, disse.

Publicado em 5/12/2008 -

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