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Salários baixos levam trabalhadores para a informalidade, diz presidente da CUT
16/09/2025
Entidade cobra fim da escala 6×1 e avanço de projetos travados no Congresso O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre, avalia que a precarização do emprego formal tem levado cada vez mais brasileiros para a informalidade e trabalhos precarizados. “Se não aumentarmos o valor dos salários hoje, daqueles que são celetistas, que têm carteira registrada, nós vamos empurrar cada vez mais as pessoas para a informalidade”, alerta, em conversa com o BdF Entrevista, da Rádio Brasil de Fato. Segundo ele, a baixa remuneração e as exigências excessivas para conquistar vagas formais fazem com que muitos optem por trabalhar em aplicativos. “É melhor pegar um carro e trabalhar a semana inteira, porque no final do mês vai tirar R$ 8 mil, pelo menos, e sem ter chefe a encher o saco. Hoje os trabalhadores de aplicativo querem ter proteção, gostariam de ser celetistas, mas não vale a pena”, diz. Para Nobre, os principais entraves para a pauta trabalhista não estão no Executivo, mas no Legislativo. “O nosso problema não é a interlocução com o governo, o nosso problema é o Congresso, do jeito que ele está hoje”, afirma. Ele lembra que o presidente Lula (PT) não tem maioria parlamentar e que mudanças estruturais, como a revogação da reforma trabalhista ou o novo modelo de financiamento sindical, dependem da aprovação dos deputados e senadores. “Às vezes, as pessoas me perguntam: ‘Por que Lula não revogou a reforma trabalhista?’. Porque a reforma trabalhista vai pro Congresso e não vai passar. Não adianta ele mandar decreto anulando isso ou aquilo porque não tem voto dentro do Congresso Nacional”, explica. Escala 6×1 e condições desumanas O dirigente também defendeu o fim da escala de trabalho 6×1, na qual se trabalha seis dias para folgar um. “São pessoas jovens. Se a pessoa tem uma jornada de trabalho desse jeito, ela não tem vida social. (…) É uma jornada cruel, desumana. Não tem sentido, em pleno século 21, ter jovem trabalhando nesse sistema”, critica. Segundo ele, a CUT pretende pressionar para que a redução da jornada entre nesse debate no Congresso. “Vejo que há sensibilidade para isso na Comissão do Trabalho. Se fizermos uma campanha bem feita, temos condições de resolver esse problema”, avalia. Disputa política e futuro do sindicalismo Nobre ressalta ainda que a sobrevivência das entidades sindicais depende de uma nova forma de financiamento, baseada em negociações coletivas, já em discussão no Congresso. Ele destaca também a necessidade de eleger uma bancada de sindicalistas em 2026. “Nós precisamos construir, dentro do Congresso Nacional, uma bancada que se dedique exclusivamente aos temas do trabalho. A luta sindical descolada da luta política é uma luta incompleta”, declara. Sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ele acredita que tende a...
Desemprego cai para 9,8%, mas a cada 10 pessoas, cerca de 4 estão na informalidade
30/06/2022
Além da informalidade, análise do Dieese destaca que aos 10,6 milhões de trabalhadores desempregados é preciso somar os 4,3 milhões que desistiram de procurar emprego e a queda da renda    A taxa de desemprego do trimestre móvel de março a maio de 2022 recuou para 9,8% e foi a menor  para um trimestre encerrado em maio desde 2015 (8,3%), mas ainda atinge 10,6 milhões de trabalhadores e trabalhadoras, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados nesta quinta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Aos 10,6 milhões de desempregados é preciso somar cerca de 4,3 milhões que desistiram de procurar emprego, estão no desalento, como diz o IBGE, os milhares com empregos precários, na informalidade, sem direitos, e a queda da renda provocada pela geração de empregos precários, como mostra análise feita pela técnica da subseção da CUT do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Adriana Marcolino. “Parte significativa dos desempregados são trabalhadores informais que não tiveram acesso ao seguro-desemprego e muitos sofrem com o desemprego de longa duração, ou seja, estão tentando se recolocar no mercado de trabalho há mais de 2 anos e não têm mais a proteção do seguro-desemprego”, afirma  Adriana. “Faltam políticas adequadas de proteção aos desempregados, além de  intermediação da mão de obra pública para atender esses trabalhadores”, diz a técnica, que complementa: “Por isso, eles buscam  qualquer tipo de ocupação, particularmente a chamada “viração”, o bico, algo que gere algum tipo de renda para a sobrevivência dos trabalhadores, trabalhadoras e suas famílias”. A taxa de informalidade do trimestre móvel de março a maio de 2022, segundo a Pnad, foi de 40,1% da população ocupada (ou 39,1 milhões de trabalhadores informais), contra 40,2% no trimestre anterior e 39,5% no mesmo trimestre de 2021. A análise do Dieese destaca que o número de pessoas na informalidade cresceu de 36,9 milhões para 41,7 milhões de pessoas em um ano. Isso representa 41,7% do total de pessoas ocupadas/trabalhando – ou seja, a cada 10 pessoas, cerca de 4 estão na informalidade. E mais, das 9,4 milhões de ocupações há mais em um ano, que saiu de 88,2 milhões para 97,5 milhões, quase 5 milhões foram ocupações informais, sem direitos trabalhistas, previdenciários e sindicais. E o rendimento de quem está trabalhando caiu, em média, de R$ 2.817,00 para R$ 2.613,00 (-7,2%). “Isso ocorre porque os empregos têm remunerações menores. Soma-se a essa queda das remunerações, a redução do poder de compra em uma conjuntura com inflação em alta, destaca Adriana Marcolino. A taxa de subocupação por insuficiência de horas foi de 6,8% do total de ocupados, atingindo 6,6 milhões de pessoas. A técnica do Dieese explica que são pessoas que trabalham menos de 40 horas semanais...
Desemprego cai em 16 estados em 2019, mas em 20 bate recorde de informalidade
17/02/2020
Em 18 estados, a taxa média de informalidade foi maior do que a nacional que atingiu 41,1% dos trabalhadores do país. Em 11 desses 18 estados, a taxa de informalidade ultrapassou 50%. No Pará chegou a 62,4% A taxa média de desemprego caiu em 16 estados do país, em 2019, acompanhando a média nacional (12,3% em 2018 e 11,9% no ano passado), mas a informalidade bateu recorde em 20 estados. Em 11 estados, mais de 50% dos trabalhadores e trabalhadoras estão sobrevivendo de bicos. Os dados, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta sexta-feira (14), revelam que as maiores taxas de desemprego foram registradas no Amapá (17,4%) e na Bahia (17,2%), enquanto as menores foram registradas em Santa Catarina (6,1%) e nos estados de Rondônia, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, com 8% na média anual.   O país da informalidade A pesquisa mostra ainda as consequências da reforma Trabalhista do ilegítimo Michel Temer, aprovada para flexibilizar o mercado de trabalho, que transformou carteira assinada e direitos em miragem,  e da falta de uma política econômica sustentável, com investimentos que gerem emprego decente, do seu sucessor, Jair Bolsonaro, para os trabalhadores, A taxa de informalidade em todo o país foi de 41,1% e foi a maior desde 2016, ano do golpe de estado que destituiu a presidenta Dilma Rousseff, confirmando o que a CUT dizia na época: o golpe é contra a classe trabalhadora. Em 18 estados a taxa média de informalidade foi maior ainda e variou de 41,2% dos trabalhadores de Goiás até 62,4% dos trabalhadores do Pará e 60,5% do Maranhão. Em 11 desses 18 estados, a taxa de informalidade ultrapassou 50% e apenas Distrito Federal (29,6%) e Santa Catarina (27,3%) tiveram taxas de informalidade abaixo de 30%.   Entenda quem são os informais, segundo metodologia do IBGE Informais são todos os trabalhadores e trabalhadoras sem carteira assinada, inclusive os domésticos; os que se declaram empregadores, mas não têm  CNPJ (não tem empresa registrada em seu nome), trabalhador por conta própria que não tem CNPJ;  e trabalhador familiar auxiliar, pessoas que ajudam nos negócios de parentes. “Em praticamente todo o país, quem tem sustentado o crescimento da ocupação é a informalidade”, diz a analista da pesquisa, Adriana Beringuy.   No Brasil, 2,9 milhões de pessoas procuram trabalho há 2 anos ou mais De acordo com a PNAD Contínua, do IBGE, 44,8% dos desempregados brasileiros estavam de um mês a menos de um ano em busca de trabalho. 25,0% estavam desempregados há dois anos ou mais, 14,2%, de um ano a menos de dois anos e 16,0%, há menos de um mês. Confira na página do...
Desemprego que não cai, informalidade e desânimo: recessão dos pobres é mais longa que a dos ricos
30/09/2019
  Parada em frente à porta de um sindicato depois de passar dois dias enfrentando filas, calor e questionamentos sobre o seu currículo, a ex-operadora de caixa Leonor Maximiano, 59 anos, faz uma promessa a si mesma. “Eu nunca mais vou participar de um mutirão de emprego, nem em feirão de emprego. É perder tempo, é besteira”, afirma, convicta de que nenhuma empresa vai entrar em contato com ela, como prometem os recrutadores ao fim das entrevistas. Já faz um ano que ela roda a cidade de loja em loja, desde que foi demitida do supermercado em que tinha a carteira assinada. As oportunidades para as quais ela se inscreveu naquele dia, em um mutirão do Sindicato dos Comerciários que prometia 4 mil vagas, lhe deram uma sensação de déjà vu. “As empresas que oferecem vagas aqui são as mesmas para as quais eu já levei currículo. Estou me recandidatando para empresas em que eu já fui à loja me candidatar”, reclama, desanimada. Morando sozinha na zona leste de São Paulo, ela se preocupa por estar pagando as contas há meses com as poucas economias que herdou do pai, pedreiro aposentado, e que pretendia usar para garantir dias mais tranquilos na velhice. Sua poupança diminui cerca de R$ 1 mil por mês para pagar água, luz, comida, dentista e outras despesas. “Eu pensava em deixar esse dinheiro para a aposentadoria, mas acho que aposentadoria eu nem vou ter nessa vida. Com essas mudanças, só na outra encarnação”. A perspectiva, lamenta, é a de que ela vá alcançar menos conquistas com uma vida de trabalho do que os pais dela conseguiram. “Meu pai, trabalhando como pedreiro, conseguiu juntar um dinheirinho, e me deixar uma casa, para que eu não precise pagar aluguel. Eu não tenho filhos para deixar, mas hoje é mais difícil conseguir o mesmo”. Entre 2014 e 2017, o Brasil ganhou um contingente de 6,27 milhões de “novos pobres”, pessoas que perderam o emprego e passaram a viver em situação de pobreza, com renda do trabalho de menos de R$ 233 por mês. Como os salários são a principal fonte de renda das famílias pobres e vulneráveis, a pobreza no Brasil no período mais agudo da recessão aumentou 33%, e o total de pobres no país cresceu para 23,3 milhões, segundo dados do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas. “Você tem 6 milhões de pessoas que passaram a viver em famílias onde ninguém ganha nada. E é mais ou menos o mesmo número de pessoas que entraram na pobreza, o que significa que não foram criadas novas redes de proteção social”, afirma o pesquisador Marcelo Neri, diretor da FGV Social e autor do estudo A Escalada da Desigualdade....

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