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Mulheres ocupam Nestlé contra a privatização das águas
20/03/2018
Em janeiro de 2018, Michel Temer e o presidente da Nestlé, Paul Bulcke, se reuniram para discutir a exploração do Aquífero Guarani. A sede da Nestlé em São Lourenço, Sul de Minas Gerais, foi ocupada por 600 mulheres sem terra às 6 horas da manhã desta terça-feira (20). As mulheres, que seguem na Jornada Nacional de Lutas, denunciam a entrega das águas às corporações internacionais, conduzida a passos largos pelo governo golpista de Michel Temer. Elas alertam para as negociatas que ocorrem neste momento no Fórum Mundial das Águas, em Brasília. “Imagina você ser obrigada a comprar em garrafinhas toda a água para matar a sede durante o dia. Ninguém aguentaria isso. É o que querem as empresas reunidas nesse momento naquele Fórum”, aponta Maria Gomes de Oliveira, da Direção do MST. “É muita petulância fazer um fórum internacional para comercializar nossas reservas de água. Eles não estão lá para debater gestão de nada, estão fazendo um leilão para vender o país a preço de banana”, completa a dirigente. Em janeiro de 2018, Michel Temer e o presidente da Nestlé, Paul Bulcke, se reuniram para discutir a exploração do Aquífero Guarani. A reserva abrange quatro países. Após as vitórias dos conservadores na Argentina e golpes de Estado no Paraguai e no Brasil, somente o Uruguai poderia colocar empecilhos à privatização. “Quanto mais o golpe se aprofunda, fica mais clara a influência de grandes grupos econômicos sobre a política e seu interesse em explorar as nossas riquezas naturais”, explica Oliveira. Extração criminosa A empresa, que controla 10,5% do mercado mundial de água, está instalada na cidade mineira desde 1994, quando comprou as fontes e o Parque das Águas de São Lourenço. Desde 1997, a população local denuncia a exploração das águas minerais que, antes de serem privatizadas, eram amplamente utilizadas para tratamentos medicinais. Além da redução da vazão, nota-se a mudança no sabor da água, ou seja, a exploração está fazendo com que ela perca seus sais minerais. O processo de envase leva ao mercado duas marcas, a São Lourenço e a Pure Life. Esta última foi comercializada sem licença estadual de 1999 até 2004, quando o governo Aécio Neves (PSDB), presenteou a empresa com a autorização. No entanto, uma ação civil pública contra a Nestlé apurou que além de abrir ilegalmente o Poço Primavera e gerar a seca da fonte magnesiana, a água produzida também era ilegal. A Nestlé fazia a retirada de todo o minério do líquido através de um processo químico, para em seguida adicionar sais minerais de sua própria patente. “A Nestlé se instaurou aqui há décadas e por décadas faz a exploração predatória e até irregular. A água é um bem comum da humanidade, defendê-la...

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