Martínez de Hoz foi o civil com mais influência dentro da Junta Militar responsável por 30 mil mortes em sete anos. Adepto da Escola de Chicago, foi um dos primeiros a trazer para a América do Sul a fórmula de liberalização econômica que reduzia a presença do Estado na economia e facilitava a livre ação do capital financeiro. Durante o governo, foi responsável por aumento de inflação, crescimento estrondoso do desemprego e elevação da dívida externa.
Neste último aspecto, em especial, foi o fundador das linhas que resultaram na quebra de 2001-02, ao elevar o endividamento argentino a um nível inédito, mais tarde agravado pelo governo de Carlos Saúl Menem, que teve como ministro um dos gurus econômicos da ditadura, Domingo Cavallo, novamente convocado pelo presidente seguinte, Fernando de la Rúa, para conduzir o país ao default.
Sobre os crimes cometidos pelo regime, Martínez de Hoz sempre saiu em defesa dos militares, afirmando que fizeram o que era necessário para manter o país livre do domínio da “subversão marxista”, classificou Ernesto Che Guevara como um “assassino” e enalteceu o exemplo do ex-presidente Júlio Argentino Roca, que na virada dos séculos 19 e 20 comandou o genocídio de indígenas no sul do país durante a chamada Campanha do Deserto. “As guerras nunca se fazem com luvas brancas. Usamos com os terroristas os mesmos métodos clássicos que eles haviam empregado”, afirmava, ao justificar as 30 mil mortes sob responsabilidade do regime.
Rede Brasil Atual
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