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O Fórum21: Ideias para o Avanço Social, iniciativa puxada pela Carta Maior, reúne um conjunto de pessoas que podemos e devemos chamar pelo nome apropriado de ativistas.

 

Ativistas são pessoas capazes de unir capacidade de reflexão, debate, formulação e mobilização. São não apenas pessoas que falam, mas que escutam. Seguem, tanto quanto são seguidos.

 

Estamos em um momento em que a esquerda precisa até mais de ativistas do que de partidos – esses já existem em número e diversidade suficiente. Sobram partidos, mas faltam mais ativistas.

 

Os partidos e mesmo as organizações populares podem pouco sem reflexão, sem debate e sem formulação, requisitos para a mobilização.

 

Partidos e organizações populares não são nada sem ativistas e se sua atuação não tem um alto grau de ativismo.

 

A força de qualquer organização – partidária, sindical, de luta pela terra ou por moradia – depende não só de boas lideranças, mas de um sem número de ativistas, de preferência, que sejam tantos quantos forem seus associados.

 

O Brasil viveu uma conjuntura, a partir das mobilizações de junho de 2013, em que cresceu um sentimento de revolta contra os partidos, incentivado por grupos de uma extrema direita raivosa (liberal ou militarista) e por tristes expoentes de uma mídia oligopólica também cada vez mais raivosa.

 

Os raivosos têm seus partidos prediletos, mas os escondem quando enfrentam o público. De fato, os partidos, mesmo os de direita, são desprezados por esses grupos, que os veem como meros escudos de seus interesses.

 

A direita, ao invés de ativistas, prefere celebridades. Transforma alguns de seus expoentes em ídolos. O ativismo direitista é apenas uma corrida de obstáculos para ver quem se sobressai.

 

Quem se torna mais famoso imediatamente é alçado a um pedestal distante. E quanto mais célebres e distantes, mais incapazes se tornam para ver e escutar o que está acontecendo à sua volta.

 

Para a direita, tanto melhor, pois suas celebridades estarão mais prontas para destilar veneno sem se preocupar com quem irão atingir – pobres, negros, nordestinos, mulheres, índios, comunistas, socialistas, petistas, a ralé.

 

A esquerda precisa traçar um caminho inverso: transformar seus grandes nomes, cada vez mais, em ativistas que interagem com outros tantos.

 

Por sua vez, é hora de ver florescer um espírito de ativismo que não é antipartidos, mas que vai além dos partidos.

 

A política do país está diante de um cerco de forças conservadoras. O Congresso está tomado por uma maioria eleita sob o patrocínio de grandes grupos privados.

 

A mobilização da sociedade, puxada por um grupo ainda mais mobilizado de ativistas, é a única garantia de que desse mato saia algum coelho e de que ele não seja morto por um porrete.

 

Cada espaço é importante. Não apenas os sindicatos, as associações e os partidos. Esses também, mas outros tantos, menos organizados ou não organizados.

 

A escola, a vizinhança, a família, o local de trabalho e as redes sociais, cada vez mais ameaçados pelo ódio, o preconceito e a intolerância, são o grande palco para as batalhas a serem travadas por um ativismo fraterno, humanista e afiado para a polêmica em defesa dos mais pobres.

 

 Um ativismo que também faça a defesa de nossa brasilidade para que ela não seja usurpada, como no passado, por um reacionarismo entreguista que nunca teve nada de nacionalista.

 

Os ativistas somos nós, cada um de nós e todos aqueles que nos ouvem e falam com nossas vozes. É isso que se espera do Fórum21.

 

 

(*) Antonio Lassance é cientista político.

 

Autor: Antonio Lassance*

Publicado em 15/12/2014 -

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