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No encerramento do seminário empresarial Brasil-China: Para Além da Complementaridade, em Pequim, a presidenta Dilma Rousseff assegurou que a estabilidade e o crescimento da economia mundial “dependem de uma relação equilibrada entre as partes”. Antes, a presidenta esteve na cerimônia de abertura do Diálogo de Alto Nível Brasil-China em Ciência, Tecnologia e Inovação. As informações são da BBC Brasil e de agências de notícias internacionais e NBRTV, a emissora do governo brasileiro.

“No mundo interdependente de nossos dias, nenhum país pode aspirar ao isolamento nem assegurar sua prosperidade à expensa de outros. Nenhuma nação ou grupo de nações podem agir como se seus interesses individuais estivessem acima do interesse coletivo. A estabilidade e o crescimento da economia mundial dependem de uma relação equilibrada entre as partes. Minha visita à China inaugura um novo capítulo na nossa relação.”

Durante o seminário, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, disse que a viagem da comitiva brasileira a Pequim já garantiu acordos da ordem de US$ 1 bilhão. Pimentel citou o investimento de US$ 300 milhões na cidade de Barreiras, na Bahia, para implantar uma fábrica de processamento de soja, e investimentos também de US$ 300 milhões em uma planta de produção de equipamentos de informação, em Goiás.

Já para o diretor do departamento de Promoção Comercial e Investimento do Itamaraty, Norton Rapesta, a nova posição do Brasil começou a surtir efeito e ele diz já começar a sentir uma mudança de postura por parte da China. “A presidenta deu um recado claro e objetivo. E a gente já começa a ver uma mudança de postura da China. Já manifestaram a disposição, por exemplo, em identificar novos setores de investimento no Brasil.¨

Diálogo de Alto Nível Brasil-China

Presidenta Dilma discursa durante seminário Diálogo de Alto Nível Brasil-China em Ciência, Tecnologia e Inovação, em Pequim. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

Mais cedo, em um discurso realizado nesta terça-feira, a presidenta Dilma defendeu que Brasil e China devem firmar parcerias comerciais nas mais diversas áreas. Dilma Rousseff participou da cerimônia de abertura do Diálogo de Alto Nível Brasil – China em Ciência, Tecnologia e Inovação, que ocorreu no Complexo Diaoyutai, em Pequim.

“Mais que parceiros comerciais, queremos ser parceiros em pesquisa, tecnologia, inovação e desenvolvimento de produtos com tecnologia verdadeiramente binacionais. É certo que o Brasil é um dos grandes países produtores de alimento no mundo. É certo que não somos apenas produtores de recursos naturais.”

Durante o seminário, a presidenta Dilma destacou também o caráter estratégico da parceria com a China: “Nossas relações são sólidas e alcançamos, de certa forma, maturidade. No entanto, o Brasil, e tenho certeza também a China, vai inaugurar uma nova etapa nessas relações, um salto de qualidade num modelo de cooperação que tivemos até agora.”

A presidenta defendeu ainda um respaldo institucional para a parceria sino-brasileira, para que se dê expressão máxima ao caráter estratégica das relações. No fim do discurso, ela afirmou que o futuro dos dois países é promissor e elogiou o valor dado pela China à Ciência e Tecnologia durante o 12º Plano Quinquenal.

O momento ideal

A presidente Dilma Rousseff também destacou a situação favorável do país. “O Brasil atravessa o melhor momento de sua história, uma economia pujante, um povo criativo e confiante e uma sociedade democrática.”

“Fizemos, estamos fazendo e faremos todo possível para transformar o Brasil em uma sociedade desenvolvida e justa”

Dilma citou ainda uma série de acordos que foram firmados com a China, como a criação de um centro conjunto de nanotecnologia e outro para o desenvolvimento da tecnologia para o uso de fibras de bambu em indústrias como a construção civil.

O lado chinês aproveitou o momento para tratar do avanço do país nos últimos anos, citando dados como as 815 mil patentes concedidas no país desde o ano passado – um aumento de 360% em relação ao ano de 2005. Citou ainda os 156 parques de alta tecnologia existentes no país.

“A China adotou a estratégia de absorver, recriar, e recompor”, disse o vice-ministro da Ciência e Tecnologia, Cao Jianlin.

‘Reciprocidade’

Dilma chegou na segunda-feira a Pequim para uma visita de seis dias, cujo objetivo é tentar aprimorar a relação do Brasil com a China.

Quando ainda estava no Brasil, a presidenta disse à agência estatal chinesa de notícias Xinhua que em sua reunião com o presidente Hu pretendia discutir o “aprofundamento da parceria estratégica sino-brasileira”. Uma relação que deveria, segundo ela, ser baseada na “reciprocidade”.

Seu grande desafio nesta primeira viagem oficial à China é conseguir diversificar as exportações brasileiras.

Em um dos primeiros resultados, o Ministério da Agricultura anunciou nesta segunda-feira que a China autorizou três frigoríficos brasileiros a exportar carne de porco para o mercado chinês. Além disso, também foi anunciado que a empresa chinesa Huawei vai investir cerca de US$ 300 milhões na construção de um centro de pesquisa e desenvolvimento em Campinas, interior de São Paulo.

E a visita de Dilma começou com o anúncio de um possível acordo que pode evitar o fechamento da fábrica da Embraer em Harbin, um dos pontos mais polêmicos da relação entre os dois países. A fábrica corria o risco de ficar ociosa e fechar as portas em breve.

Ainda nesta terça-feira (13/4), após o seminário com empresários, ela se reunirá com o presidente chinês, Hu Jintao, no Grande Palácio do Povo. Na quarta-feira (13/4), a presidente se reunirá com o presidente da Assembleia Popular Nacional, Wu Bangguo, e com o premiê chinês, Wen Jiabao.

Blog do Planalto

Publicado em 12/04/2011 -

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