Pesquisar

Redes sociais


Print Friendly, PDF & Email

CUT SCPor Elivane Secchi – Secretária de Políticas Sociais da CUT-SC

A história do dia da mulher vai muito além daquele 08 de março de 1857, em Nova Iorque, onde operárias fizeram greve, por melhores condições de trabalho, redução da jornada de trabalho, que era de 16 horas por dia, pela equiparação de salário com os homens e que foram brutalmente assassinadas com o incêndio da fábrica.

Todas as conquistas do povo, ao longo da história, foram marcadas por muitas lutas e muito sofrimento. Muitos companheiros e companheiras tombaram durante a caminhada. Para as mulheres e outras minorias, a luta sempre foi ainda mais difícil, mais árdua e mais dolorosa.

No Brasil, temos exemplos de grandes mulheres que se destacaram na história: artistas, escritoras, esportistas, professoras, agricultoras, mães, mulheres… Juntas em seu tempo e com seus objetivos, conquistamos muitos espaços, na família, na escola, na televisão, na empresa, na política.

Conquistamos o direito de ter carteira de trabalho assinada, o direito ao voto, o direito de ser votada, direito à aposentadoria. Há pouco tempo, no caso das mulheres agricultoras, conquistamos o direito à licença maternidade. Conquistamos o direito de estudar, e, a partir disso, ocupamos muitos espaços, na medicina, na arquitetura, na engenharia, na administração de empresas, nos poderes executivos e legislativos deste País, nos sindicatos e centrais sindicais, espaços estes dominados por homens, até bem pouco tempo. Hoje, temos uma mulher Presidenta da República, e, pela primeira vez, uma mulher na presidência da CUT-SC.

Conseguimos que o anterior direito dos homens passasse a ser denominado direitos humanos, pois, antes, mulheres e crianças não eram protegidas pela lei dos direitos dos homens. Conseguimos que fosse aprovada a Lei Maria da Penha, para garantir à mulher, a proteção do Estado.

Porém, nossas lutas estão distantes do fim. Estamos muito distantes de sermos respeitadas e valorizadas, como merecemos ser. Apesar da lei que nos protege, milhares de mulheres sofrem violência doméstica, mães sofrem agressões e veem seus filhos e filhas serem agredidos e, muitas vezes, não encontram forças para revidar. Milhares de mulheres, hoje, no Brasil, ainda são vítimas de estupro, violências física e psicológica, na maioria dos casos, dentro da própria casa, vítimas da própria família. Em outros tantos casos, porém, nós, mulheres, sofremos muito preconceito de uma sociedade que permanece extremamente machista. Quero, com muita tristeza, lembrar a falta de respeito, a covardia, a maldade que fizeram com a Presidenta Dilma, quando do aumento do combustível, imagem aquela que eu preferia mil vezes não ter presenciado: aviltaram a mulher, mãe e avó, uma senhora que foi eleita Presidenta de República, com mais de 51%, com mais de 54 milhões de votos.

Uma sociedade que é machista, racista, homofóbica, que tem intolerância religiosa, que rebaixa e despreza o povo nordestino, que acha que o Brasil seria melhor sem nós, os socialistas, comunistas, PTistas, sindicalistas, Cutistas, e todos os demais ‘istas’, que, de alguma forma, se contrapõe à sociedade burguesa, a qual, como disse Nelson Rodrigues, “tem complexo de vira-lata”.

Vivemos numa sociedade que quer desqualificar a instituição sindical, que é o instrumento de defesa dos direitos e interesses da coletividade. Para comprovar isso, não precisa dizer muito, bastar observar o desespero em que se encontra a elite burguesa deste País, que deseja, a qualquer custo, o poder, para atingir o projeto construído pela classe trabalhadora. Em um momento, a elite ataca Dilma Rousseff, querendo seu impeachment, sem saber bem ao certo de que acusá-la. Em outro instante, a mesma elite burguesa ataca o ex-presidente Lula, com medo que ele, que é o maior líder popular que este País já teve, se candidate novamente à presidência do Brasil. Ou eles anulam Lula, ou nem precisará haver eleições em 2018. Neste objetivo de derrubar Dilma e Lula, homens estudados, experientes, conhecedores da lei, líderes religiosos têm ações e atitudes descabidas e perigosas, colocando em risco a democracia brasileira.

Por isso, companheiras, a CUT Nacional e a CUT-SC estão alertas, ligadas, liderando todas as mobilizações, em favor da democracia e da cidadania. Não somos só a favor da Dilma, nem a favor do Lula. A nossa luta é em favor da democracia. A nossa luta é em defesa do povo brasileiro.

A cada companheira, a cada mulher que luta, que resiste, que denuncia, a cada mulher que vive, um grande abraço, e vamos à luta! A luta não pode parar!

Publicado em 10/03/2016 - Tags: , ,

Siga-nos

Sindicatos filiados