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greve geralDia 28 de abril trabalhadores brasileiros protagonizarão mais um marco na história de luta pelos seus direitos, greve geral na defesa da aposentadoria, contra a terceirização e contra a retirada de direitos

Não tenho os percentuais, mas acredito que a maioria dos trabalhadores brasileiros de hoje nunca passou pela experiência de uma Greve Geral. Talvez não entendam o sentido e a importância de participar de um movimento que é sempre histórico e extremamente incômodo para as classes dominantes.

Uma Greve Geral não é chamada “a torto e a direito”. Só é convocada em momentos em que a Classe Trabalhadora sente-se extremamente ameaçada em seus direitos. É quando o grupo que está no comando do governo veta toda e qualquer participação popular em sua tomada de decisões. É quando o governo se faz de surdo por não querer ouvir a voz das ruas. É quando interesses estranhos à nação brasileira tomam conta da cabeça dos políticos.

Por esses contornos é que uma Greve Geral é sempre uma Greve Política, pois sempre almeja que os interesses da maioria da população prevaleçam na tomada das decisões políticas dos governos. Portanto, Greve Geral é diferente de greve de categoria, que costumeiramente luta por melhorias salariais. Greve Geral é greve de gente que luta hoje para que as gerações que virão tenham um futuro com dignidade.

Nas leis da natureza a semente maltratada de hoje não dará um bom fruto amanhã. O mesmo vale para a conjuntura política: se esta geração de trabalhadores acanhar-se, curvar-se, humilhar-se ante as medonhas reformas do governo ilegítimo de Temer (PMDB) que qualidade terá o amanhã dos que virão? Eu respondo: a qualidade de um emprego de terceira, com salários ínfimos e aposentadoria aos 65 anos.

Ao longo da história brasileira tivemos apenas oito greves gerais se contarmos a Greve de 1917 que paralisou a capital paulista por vários dias. Todas os chamamentos posteriores aconteceram a partir de 1983, período marcado pelo renascimento e fortalecimento do movimento sindical brasileiro.

Em 1917 os trabalhadores paulistas se ergueram contra as péssimas condições sociais e econômicas a que eram submetidos. Lutaram por melhores condições de trabalho, contra o trabalho infantil e pela melhoria dos salários. A partir da década de 80, as greves gerais foram chamadas para a defesa dos interesses dos trabalhadores nos diversos planos econômicos, que invariavelmente provocavam algum arrocho salarial.

Já no terceiro milênio o 28 de abril será a primeira vez que a chamada classe produtiva vai organizadamente manifestar-se contra o governo federal e contra todos os que lhe dão sustentação. Isso se dará não por um posicionamento político-partidário, mas por defesa de seus direitos que estão sendo aviltados.

A omissão de qualquer cidadão trabalhador nesse momento pode custar muito caro a si e aos que virão. Pode custar a aposentadoria, a qualidade do seu emprego e os direitos trabalhistas que lhe dão proteção. Quem sabe faz a hora, não espera acontecer (Vandré).

Por: Edegar Generoso – Presidente Sind. dos Bancários de Criciúma e Região e formador da CUT regional Sul

Publicado em 13/04/2017 - Tags: , ,

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