21/05/2025
Setor tem 357 mil vagas abertas e quer atrair jovens para trabalhar por hora. Para o presidente da Contracs, se setor diminuísse a jornada e aumentasse os salários a falta de interessados seria resolvida A Associação Brasileira de Supermercados (Abras), propôs ofertar vagas de emprego para jovens com pagamentos por hora, o chamado trabalho intermitente, que não tem salário fixo e, cujo valor varia pelo número de horas trabalhadas. Nesse regime o empregado é convocado pelo empregador para prestar serviços de forma esporádica, sendo remunerado por horas ou dias trabalhados. O contrato prevê períodos alternados de atividade e inatividade, durante os quais o trabalhador pode buscar outros empregadores. Segundo a Agência Brasil, num evento do setor realizado na semana passada, em São Paulo, o presidente da Abras, João Galassi, disse que o pagamento da jornada por hora traz mais liberdade de escolha ao trabalhador. “O que é melhor? Seis por um, quatro por três, cinco por dois? Nenhuma dessas alternativas. O que é melhor para os nossos colaboradores é a liberdade de poder escolher sua jornada de trabalho. Isso só será possível se tiver a liberdade de ser contratado por hora”, opinou. Em todo o Brasil, segundo o presidente da Abras, há cerca de 357 mil vagas em aberto, mas há muita dificuldade em atrair interessados. No entanto, esses empresários não fazem nenhuma autocrítica sobre os salários que pagam. A grande maioria paga pouco mais de um salário mínimo por mês, numa escala 6×1, inclusive com trabalho aos domingos e feriados. Pagar melhor e reduzir a jornada eles não querem. Um dado que demonstra o quanto o trabalho intermitente é precário foi o levantamento, no ano passado, feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese): 76% dos vínculos intermitentes de trabalho em 2023 tiveram remuneração mensal inferior ao salário mínimo ou não tiveram remuneração. Apenas um quarto (24%) dos vínculos intermitentes ativos em dezembro de 2023 registrou remuneração média de pelo menos um salário mínimo. Somente 6% receberam, em média, dois salários mínimos ou mais. De acordo com os dados, a remuneração mensal média dos intermitentes foi de R$ 762, ou 58% do salário mínimo (R$ 1.320 em 2023). Entre mulheres e jovens, a remuneração mensal média foi ainda mais baixa, de R$ 661. O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços da CUT (Contracs), Julimar Roberto de Oliveira Nonato, critica a proposta da Abras. Para ele, precarizar a relação de trabalho fará com que seja ainda mais difícil de se conseguir pessoas para trabalhar. “As pessoas não querem trabalhar nos finais de semana e feriados, estão cansadas de serem exploradas. Os jovens, principalmente, preferem empregos em outras áreas como, por exemplo, na indústria e, às vezes, até com...19/05/2025
Além de fazer um “estrago” no orçamento do trabalhador e da trabalhadora, os jogos online causam estresse, ansiedade, queda de produtividade e depressão. Especialistas avisam: é preciso controle rigoroso Desde a regulamentação das apostas online no Brasil, o setor passou a movimentar cifras bilionárias. Para se ter uma ideia, os apostadores brasileiros gastaram até R$ 30 bilhões por mês em bets entre janeiro e março de 2025, segundo o secretário-executivo do Banco Central, Rogério Lucca. Esses números estrondosos acenderam um alerta quanto aos efeitos sociais da atividade, especialmente entre trabalhadores das classes menos favorecidas. Dados do Datafolha de 2024 apontam que mais de 32 milhões de brasileiros já apostaram em plataformas digitais, evidenciando a rápida penetração desse mercado em todas as regiões e faixas sociais do país. No entanto, o levantamento também revela que os impactos negativos se concentram entre jovens, homens e trabalhadores das classes C, D e E, que representam 62% do público mais afetado. Embora o valor médio mensal investido em apostas seja de R$ 263, a dimensão financeira do fenômeno é expressiva. Mais do que números, o problema tem rosto e consequência direta no cotidiano. Trabalhadoras e trabalhadores apostadores recorrem a empréstimos para cobrir despesas básicas e fazem pedidos frequentes de adiantamento salarial para quitar dívidas com jogos. Esse endividamento constante afeta o desempenho profissional, provocando estresse, ansiedade, queda de produtividade e até depressão. Apostas e saúde: um problema que vai além da economia O impacto das apostas não se limita às finanças. Pesquisas realizadas em diferentes países revelam uma porcentagem superior a 15% de tentativas de suicídio entre pessoas viciadas em jogos. Um estudo norueguês publicado pela revista Lancet, em março de 2025, mostrou que o suicídio foi a principal causa de morte entre pessoas com transtornos ligados ao jogo. O alerta é global. Outro levantamento internacional, também publicado pela Lancet, analisou dados de 68 países entre 2010 e 2024. A pesquisa apontou que 46% dos adultos e 18% dos adolescentes realizaram algum tipo de aposta nesse período. O estudo reforça que, embora os jogos de azar estejam legalizados em aproximadamente 80% dos países, mesmo nas regiões onde são proibidos, a presença das apostas digitais é forte. Isso torna o combate e o controle do vício em jogos um desafio de escala internacional. No Brasil, o vício em apostas ganha contornos alarmantes O avanço das apostas esportivas online no Brasil tem sido fortemente impulsionado por campanhas publicitárias com celebridades e criadores de conteúdo, influenciadores, nas redes sociais. Com milhões de seguidores e contratos milionários, essas figuras públicas exercem papel central na popularização das chamadas bets, contribuindo para o para o crescimento de um cenário preocupante de vício em jogos digitais. A mobilização do setor de entretenimento, especialmente nas redes...30/04/2025
Neste 1° de Maio, o que nos mobiliza é clamar pelo fim deste modelo de escravidão moderna, a escala 6×1 e todos os malefícios causados aos trabalhadores brasileiros. A escala 6×1 é a velha escravidão com roupa nova. E enquanto houver exploração, haverá trabalhador na rua e sindicato na linha de frente! Junte-se a nós e fortaleça a...28/04/2025
Com o tema central “SALÁRIO JUSTO E REDUÇÃO DE JORNADA”, o 15º Congresso Estadual da FECESC já se tornou um espaço de união e de debate em torno de pautas cruciais para a classe trabalhadora do comércio catarinense. O Congresso, que aconteceu nos dias 24 e 25 de abril, em Lages, reuniu trabalhadores comerciários de todo o estado, além dos delegados eleitos em plenárias municipais e palestrantes convidados. A ideia foi eleger a nova direção da federação e definir as estratégias para estes próximos quatro anos de mandato. A presidenta da CUT Santa Catarina, Anna Julia, participou da abertura do evento convocando a todos para unir forças e resistir aos desmandos do governador catarinense. “Temos uma esquerda que está dividida e abrindo espaço para as investidas e o crescimento da direita. Nossa pauta principal deve ser, sempre, a luta pela redução da jornada de trabalho sem redução salarial”, observou. O superintendente regional do Ministério do Trabalho e Emprego em Santa Catarina, Paulo Eccel, observou que trabalhar como CLT, algo que era motivo de orgulho, agora virou alvo de chacota entre os jovens. “Esta geração tem vergonha de trabalhar de carteira assinada. Está reproduzindo discursos de pais e professores menosprezando o status de um trabalhador da CLT. Vamos recuperar a dignidade do trabalhador brasileiro!” O presidente reeleito da FECESC, Francisco Alano, reforçou que este não foi um congresso feito para se fazer conta, e sim para se fazer revolução. “Queremos encampar uma campanha massiva em todo o estado por um salário justo e redução de jornada. O patrão vai ter que rebolar pra justificar pagar R$ 1800 e exigir uma vida inteira de dedicação do trabalhador. Vida longa aos nossos sonhos e utopias. Vamos reagir com rebeldia!”, provoca Alano. Confira alguns dos momentos do...10/04/2025
Por Francisco Alano, presidente da Federação dos Trabalhadores no Comércio no Estado de Santa Catarina – FECESC Publicado em 10 de abril de 2025 no site A terra é redonda, um espaço para a intervenção pública de intelectuais, acadêmicos e ativistas de movimentos sociais. Confira aqui! Ou leia aqui, na íntegra: Os trabalhadores estão chegando no seu limite de tolerância. Por isso não surpreende a grande repercussão e engajamento, principalmente dos trabalhadores jovens, ao projeto e campanha pelo fim da escala de trabalho de 6 x 1 1. O novo mundo do trabalho tem beneficiado apenas àqueles que detém o domínio dos meios de produção e a capacidade de investimento, fruto do acúmulo e concentração de riquezas e da exploração do trabalho. A precarização das relações de trabalho tem se aprofundado cada vez mais nos últimos anos, principalmente após a reforma trabalhista e sindical do governo de Michel Temer, no seu projeto Uma ponte para o futuro, e aprofundada ainda mais no governo de Jair Bolsonaro. Segundo algumas estatísticas, mais de 40 milhões de trabalhadores estão na informalidade ou exercendo atividades precarizadas, como trabalho nas plataformas digitais, pejotização, trabalho intermitente, cooperativas de trabalho de fachada, terceirização, dentre outras modalidades de relação de trabalho. Nas atividades que representamos, (comércio e serviços) a exploração do trabalho aumentou muito, resultado da baixa remuneração, extensas jornadas de trabalho, trabalho nos domingos e feriados, assédio moral, tratamento desumano aos trabalhadores, como aconteceu recentemente em uma das filiais dos Supermercados Imperatriz, filial de Rio do Sul, condenada em um processo trabalhista movido por uma funcionária, por ser impedida, com frequência, de ida ao banheiro para as suas necessidades fisiológicas e até mesmo para a troca de absorvente. A jornada de trabalho da categoria comerciária, muitas vezes de doze, treze por um, além do desrespeito ao descanso de 1 por 1 (trabalha um domingo e descansa outro) para as mulheres, previsto no artigo 386 da Consolidação das Leis do Trabalho, utilização de banco de horas, exigindo quase sempre jornadas de trabalho extenuantes, sem pagamento de horas extras. Na constituinte de 1988, conseguimos reduzir a jornada de trabalho oficial de 48 para 44 horas semanais, jornada que perdura por mais de 37 anos. Por outro lado, em muitas atividades, até mesmo no comércio, os ganhos de produção e produtividade, resultado do trabalho, aumentaram muitas vezes mais, no entanto, o valor de compra dos salários continuam igual ou até menores daqueles praticados antes de 1988. A situação destes trabalhadores tem se agravado ainda mais, com a ampliação cada vez maior do funcionamento dos estabelecimentos comerciais, principalmente os supermercados, atacarejos e lojas de departamento. Iniciam as atividades às 6:00 horas e encerrando as 24:00 horas. Os trabalhadores destes estabelecimentos invariavelmente...Siga-nos
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