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A realização de um ato unificado do movimento sindical, social e estudantil contra a crise e as demissões, por si só, já exigiria da imprensa brasileira destaque na sua pauta, seja em reconhecimento à importância e amplitude das entidades envolvidas – um arco de alianças que envolve todas as centrais sindicais, a UNE, o MST – e à complexidade do momento político, onde o impacto negativo da crise internacional se faz sentir internamente na forma de demissões.

Mas, como sabemos que para os donos da mídia, que se apropriaram de concessões públicas, o que vale é a virtualidade dos seus patrocinadores – grandes bancos e multinacionais – e não a verdade dos fatos, nunca é demais sublinhar o papel dos instrumentos próprios de que as nossas entidades dispõem para comunicar, estabelecendo um contato mais íntimo com a base, aumentando o grau de mobilização e consciência da classe trabalhadora e dos diversos segmentos sobre as causas reais da crise. Uma vez identificada a fragilidade do inimigo, fica mais fácil derrotá-lo.

Na disputa de hegemonia que está colocada contra a lógica dos que submeteram o país à globalização neoliberal, à privatização e à desnacionalização do patrimônio, que durante os anos FHC agravaram o desemprego, o arrocho e a miséria, há os que querem apagar o fogo com gasolina, como o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Blindado pela mídia, Meirelles tenta de todas as formas manter a política de juros altos e elevado superávit primário, que atenta contra os interesses nacionais e se choca com o setor produtivo. O caminho é outro, dissemos nós: é preciso potencializar o papel do Estado, canalizar recursos para as áreas sociais, fortalecer a agricultura familiar, acelerar a reforma agrária e as obras de infraestrutura, valorizar os serviços públicos e os servidores, reduzir a jornada sem reduzir os salários, garantir direitos, ampliar conquistas. É necessário investir no mercado interno os bilhões de dólares esterilizados com o pagamento das taxas de juros mais altas do mundo à meia dúzia de famílias que enriquece especulando com títulos públicos.

Dada a importância e a magnitude do confronto, a informação deve ser encarada mais do que como instrumento, como arma. Se para nós ela serve para difundir a verdade, para os nossos inimigos serve para mascará-la. Se para nós representa a possibilidade de nos vermos como agentes da mudança, elevando a auto-estima do nosso povo, demonstrando nossa capacidade de reflexão e ação; para os interesses que patrocinam a grande mídia, ela é mortal. Por isso, tratam de dissimular, manipular ou mentir aberta e descaradamente. Afinal, para eles, é um negócio onde mais do que os anúncios milionários, está em jogo a sua própria sobrevivência. Por isso não somos a manchete do seu noticiário.

Para a Secretaria Nacional de Comunicação da CUT, é fundamental garantirmos que a informação sobre o dia 30 flua intensamente, ganhando a maior visibilidade possível em nossas páginas na internet, nos jornais, boletins e programas nas rádios e tevês públicas e comunitárias. Vamos transformar a data em um divisor de águas, tremulando as bandeiras vermelhas da CUT, irradiando ao país e ao mundo as reivindicações de um país em luta, silenciado diariamente pelos jornais, rádios e televisões; do Brasil apagado das análises dos comentaristas de plantão, falseado pelos que, por serem donos da mídia, acreditam ser os donos da verdade.

 

Autor: Rosane Bertotti – secretária Nacional de Comunicação da CUT

Publicado em 26/03/2009 -

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