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Salários baixos levam trabalhadores para a informalidade, diz presidente da CUT
16/09/2025
Entidade cobra fim da escala 6×1 e avanço de projetos travados no Congresso O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre, avalia que a precarização do emprego formal tem levado cada vez mais brasileiros para a informalidade e trabalhos precarizados. “Se não aumentarmos o valor dos salários hoje, daqueles que são celetistas, que têm carteira registrada, nós vamos empurrar cada vez mais as pessoas para a informalidade”, alerta, em conversa com o BdF Entrevista, da Rádio Brasil de Fato. Segundo ele, a baixa remuneração e as exigências excessivas para conquistar vagas formais fazem com que muitos optem por trabalhar em aplicativos. “É melhor pegar um carro e trabalhar a semana inteira, porque no final do mês vai tirar R$ 8 mil, pelo menos, e sem ter chefe a encher o saco. Hoje os trabalhadores de aplicativo querem ter proteção, gostariam de ser celetistas, mas não vale a pena”, diz. Para Nobre, os principais entraves para a pauta trabalhista não estão no Executivo, mas no Legislativo. “O nosso problema não é a interlocução com o governo, o nosso problema é o Congresso, do jeito que ele está hoje”, afirma. Ele lembra que o presidente Lula (PT) não tem maioria parlamentar e que mudanças estruturais, como a revogação da reforma trabalhista ou o novo modelo de financiamento sindical, dependem da aprovação dos deputados e senadores. “Às vezes, as pessoas me perguntam: ‘Por que Lula não revogou a reforma trabalhista?’. Porque a reforma trabalhista vai pro Congresso e não vai passar. Não adianta ele mandar decreto anulando isso ou aquilo porque não tem voto dentro do Congresso Nacional”, explica. Escala 6×1 e condições desumanas O dirigente também defendeu o fim da escala de trabalho 6×1, na qual se trabalha seis dias para folgar um. “São pessoas jovens. Se a pessoa tem uma jornada de trabalho desse jeito, ela não tem vida social. (…) É uma jornada cruel, desumana. Não tem sentido, em pleno século 21, ter jovem trabalhando nesse sistema”, critica. Segundo ele, a CUT pretende pressionar para que a redução da jornada entre nesse debate no Congresso. “Vejo que há sensibilidade para isso na Comissão do Trabalho. Se fizermos uma campanha bem feita, temos condições de resolver esse problema”, avalia. Disputa política e futuro do sindicalismo Nobre ressalta ainda que a sobrevivência das entidades sindicais depende de uma nova forma de financiamento, baseada em negociações coletivas, já em discussão no Congresso. Ele destaca também a necessidade de eleger uma bancada de sindicalistas em 2026. “Nós precisamos construir, dentro do Congresso Nacional, uma bancada que se dedique exclusivamente aos temas do trabalho. A luta sindical descolada da luta política é uma luta incompleta”, declara. Sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ele acredita que tende a...
ARTIGO: Para que servem os sindicatos no século XXI?
27/08/2025
Por Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do DIEESE, em A Última Palavra. Ainda inédita no Brasil, obra analisa o papel do sindicalismo, hoje, num mundo em crise. Como podem dar impulso à inovações, e resgatar seu papel de contrapoder? Quais os caminhos para formular uma nova regulação do trabalho, incluindo precarizados? Há múltiplas transformações que promovem transições das realidades econômica, social, política e cultural e que impactam a vida presente e futura da classe trabalhadora e da organização sindical. Essas transformações podem ser caracterizadas por cinco transições estruturais, a saber: a transição tecnológica e digital, com destaque para a robótica, a inteligência artificial, os novos materiais e a biotecnologia; a transição demográfica, que indica um rápido envelhecimento porque a população vive mais e tem menos filhos; a transição ambiental e climática, com a poluição do meio ambiente e o aquecimento do clima pelo efeito dos gazes estufa; a transição política, com a fragilização das democracias, o crescimento da extrema-direita, os ataques ao Estado Democráticos de Direito e a liberdade; a transição de regulação e do valor político do trabalho, moldada pela desregulamentação trabalhista, pelas iniciativas para enfraquecer os sindicatos e pelo individualismo exacerbado. O sindicalismo é o maior movimento organizado da sociedade civil no mundo e desempenhou ao longo dos dois últimos séculos um papel essencial para a promoção dos direitos trabalhistas, da qualidade dos empregos, do crescimento dos salários e a promoção e defesa da democracia e de suas instituições. Continuamos desafiados à cumprir essa missão histórica em um novo contexto econômico, social, político e cultural. Refletir sobre esse desafio sindical é o que realiza o jurista e assessor do movimento sindical espanhol, Antonio Baylos, no livro “¿Para qué sirve un sindicato? Instrucciones de uso“. Em um contexto de crise do trabalho assalariado, avanço do neoliberalismo, precarização e individualização das relações laborais, questionar a razão de ser do sindicato é, além de um exercício analítico, uma necessidade histórica. Este artigo apresenta cinco eixos fundamentais desenvolvidos por Baylos, que ajudam a compreender a relevância do sindicato diante das transições que ocorrem no mundo contemporâneo. O sindicato como pilar da democracia Os sindicatos são expressões organizativas autônomas da classe trabalhadora e cumprem um papel essencial na consolidação de regimes democráticos. A democracia se realiza nas urnas, nos parlamentos, nos governos, nos espaços de participação social. Mas a democracia também se realiza e se fortalece a partir dos locais de trabalho e nas lutas que a classe trabalhadora promove. O sindicato é o instrumento que permite aos trabalhadores exercerem sua cidadania social, lutando por condições dignas de trabalho, emprego de qualidade, melhores salários, proteção social e previdenciária, igualdade de oportunidades e participação. Nesse sentido, para Baylos, o sindicato não é uma peça...
Fim da escala 6×1 e melhores salários resolveriam falta de mão de obra no comércio
25/08/2025
Para economista da Unicamp, Marilane Teixeira, o mercado aquecido, os baixos salários e jornadas extenuantes afastam trabalhadores das vagas oferecidas. O fim da escala 6×1 é uma das pautas dos atos do dia 7 de setembro No ano passado mais de 7 milhões de trabalhadores e trabalhadoras pediram demissão de seus empregos, sendo que de 80% a 90% atuavam no comércio com escala 6×1 e salários que oscilavam entre um a um e meio salário mínimo (R$ 1.518 a R$ 2.277), além de muitos serem informais sem direito a férias, 13º salário, aposentadoria e outros. Esses números têm alarmado empresários do setor de comércios como supermercadistas e de lojas populares, principalmente da região do Brás, centro comercial de São Paulo conhecido por vender produtos a preços mais baixos. A situação está tão crítica que a prefeitura da capital paulista em parceria com a Associação de Lojistas do Brás (Alobrás) está realizando um mutirão para facilitar o acesso dos trabalhadores às 10 mil vagas disponíveis na região, que vão de cargos operacionais, de vendas, administrativos, fabris, entre outros. O que, no entanto, esses empresários não oferecem são melhores condições de trabalho e salariais, avalia a professora de economia da Unicamp e especialista em trabalho, Marilane Teixeira. “ Temos um ambiente econômico mais favorável que está impulsionando os empregos e, as pessoas estão menos disponíveis, dispostas a trabalhar por baixos salários e jornadas 6 por 1. Portanto, elas têm condições de escolher melhor entre as diferentes opções”, explica Marilane. Pauta da classe trabalhadora nos atos marcados para o 7 de setembro, a escala 6 x1 tem outro aspecto importante para o atual cenário é a de que a informalidade é muito grande, sem registro em carteira. A economista ressalta que hoje uma das discussões mais importantes que está se fazendo no mercado de trabalho, é tentar confrontar essa ideia do empreendedorismo. Mas não é que as pessoas estão se recusando a trabalhar com CLT, elas estão, na verdade, se recusando a trabalhar em condições muito precárias. Outro problema apontado pela economista em relação ao empreendedorismo é a ilusão desses jovens do ganho imediato, mesmo que um trabalho celetista garanta férias, 13º salário, vales refeição e alimentação e outros benefícios. “Muitos se iludem com a ideia de que com uma renda um pouco maior eles podem lidar melhor com os desafios do dia-a-dia, com as despesas, mas nem sempre isso acontece”, diz. Há um sentimento, uma certa revolta, principalmente entre as pessoas mais jovens, de que não querem mais esse tipo de trabalho e elas querem buscar outras formas. O problema é que tem um certo encantamento com o empreendedorismo, com o trabalho por conta própria, e nem sempre é vantajoso – Marilane Teixeira “ Entre ficar seis...
FECESC marca presença na 5ª Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador
20/08/2025
A atividade reúne até quinta-feira (21) representantes dos segmentos profissionais de saúde, prestadores de serviço, gestores e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), além de movimentos sociais e centrais Teve início nesta segunda-feira (18), em Brasília, a 5ª Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (5ª CNSTT), que tem como tema “A saúde do trabalhador e trabalhadora como direito humano”. A atividade reúne até quinta-feira (21) representantes dos segmentos profissionais de saúde, prestadores de serviço, gestores e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), além de movimentos sociais e centrais sindicais. A CUT-SC participa da conferência com uma delegação formada por dirigentes sindicais de diversas categorias: Mariana (alimentação de Concórdia), Vânia (Sindicato dos Psicólogos de SC), Katlin (Sintraseb – municipais de Blumenau), Maria Isabel (Sitespm – municipais de Xanxerê), Luiza (Sindifoz – municipais de Itajaí), Claudete e Graça (Sintespe), Nunes (Sintrafesc), Fernando (SEC Canoinhas, representando também a FECESC) e Cleverson de Oliveira (metalúrgicos de Joinville e secretário de Organização Sindical da CUT-SC). O primeiro dia foi marcado por seminários autogestionados que debateram temas como os riscos psicossociais nos locais de trabalho; trabalhadoras e trabalhadores invisíveis e a resistência nos territórios; os impactos das novas relações de trabalho na saúde; e o recorte racial com o painel “Os povos negros na saúde do Trabalhador e da Trabalhadora”, entre outros. Na solenidade de abertura, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ressaltou a importância da defesa intransigente do SUS como patrimônio público e denunciou os ataques negacionistas à vacinação e às políticas públicas de saúde “O SUS pertence ao nosso povo e é uma conquista da Constituição de 1988, que garantiu a saúde como direito universal. Não podemos retroceder diante dos ataques de quem tenta retirar direitos e enfraquecer a soberania nacional”, afirmou. Representando a CUT-SC, o secretário de Organização Sindical, Cleverson de Oliveira, destacou a relevância da mobilização da Central nas etapas municipais e regionais, que garantiu a ampla participação de trabalhadores catarinenses no processo da conferência nacional “Nosso papel é levar a voz da classe trabalhadora para dentro desse espaço, denunciando as condições de adoecimento provocadas pela precarização do trabalho e defendendo que saúde é direito humano e não mercadoria. Fizemos um grande esforço de mobilização em Santa Catarina para que essa conferência reflita as lutas reais da categoria e contribua para o fortalecimento das políticas públicas”, afirmou. Até o dia 21 de agosto, os delegados e delegadas irão debater os eixos temáticos e consolidar propostas que se transformarão em diretrizes de políticas públicas para a saúde do trabalhador e da trabalhadora. Fonte: CUT Santa Catarina, 19 de agosto de...
17ª Plenária da CUT-SC debate os desafios do mundo do trabalho
17/08/2025
A diretoria da FECESC marcou presença na 17ª Plenária Estadual da CUT-SC, cujo tema, Novos Tempos, Novos Desafios, propôs debatermos e construirmos estratégias para enfrentar as mudanças no mundo do trabalho. A presidenta da CUT-SC, Anna Julia Rodrigues, destacou que o tema central da plenária, “Novos tempos, novos desafios”, está diretamente ligado ao momento político e econômico do país, mas reforçou que este também é um espaço para manter viva a campanha por #SôniaLivre. Ela lembrou que a construção do evento passou por plenárias realizadas nas seis regionais, garantindo que a base fosse ouvida. Na sexta-feira foi realizada uma análise de conjuntura, que reuniu a vice-presidenta da CUT Nacional, Juvandia Moreira; a diretora técnica do DIEESE, Adriana Marcolino; e o coordenador geral do Núcleo de Estudos de Economia Catarinense da UFSC, Lauro Mattei. Juvandia ressaltou que a CUT está empenhada em construir uma agenda de justiça fiscal, com taxação dos mais ricos, e destacou a importância de mobilizar a classe trabalhadora para garantir conquistas. “Precisamos estar nas ruas, debatendo a isenção fiscal, fortalecendo as negociações coletivas e defendendo a democracia e a soberania a qualquer custo”, afirmou. Ela lembrou às entidades sindicais devem atuar para consolidar avanços no mercado de trabalho. “Nosso papel é esclarecer a correlação de forças no Congresso e organizar os trabalhadores em torno do Brasil que queremos construir.” Na sequência, Adriana Marcolino apresentou um panorama econômico, classificando a conjuntura como “bastante complexa”. Ela explicou que o chamado tarifaço do governo Trump pode reduzir o PIB brasileiro e que a inflação está fortemente pressionada pelos preços dos alimentos, resultado de distorções na produção e na política econômica. “Há quem defenda que os brasileiros comam menos, mas a raiz do problema não está no consumo, e sim na especulação e na falta de regulação”, disse. Adriana também criticou a política de juros altos, apontando que ela freia o crescimento, interrompe o avanço da renda do trabalho e impede investimentos essenciais em áreas como saúde e educação. Fechando a mesa, Lauro Mattei apresentou dados do mercado de trabalho catarinense e ressaltou que a pandemia aprofundou a pobreza no estado, apesar de o governo local negar essa realidade. Ele questionou o uso de indicadores sociais como vitrine, sem considerar as desigualdades que persistem, e alertou para a necessidade de enfrentar a agenda neoliberal do governo estadual. “O desafio é ir além dos números e construir políticas que de fato melhorem a vida das pessoas”, afirmou. No período da tarde, os participantes se dividiram em grupos para debater a estratégia e o plano de lutas nacional, com a possibilidade de apresentar emendas ao texto-base que será levado à plenária nacional da CUT. O segundo dia da 17ª Plenária Estadual da...
A todos os pais trabalhadores, um feliz dia!
08/08/2025
Ser pai nos dias de hoje é mais do que amor. É resistência. Num mundo onde o trabalhador vale menos que a própria jornada… ser um pai presente virou um ato de coragem. Mesmo cansado, ele escuta. Mesmo sobrecarregado, ele abraça. Mesmo sem tempo, ele ensina.  O capitalismo tenta nos roubar tudo: nosso tempo, nossa energia, até o convívio com quem amamos. Mas um pai consciente não se entrega. Ele LUTA. Ser pai de verdade não é só colocar comida na mesa. É colocar presença, afeto, exemplo. E defender seus direitos – dentro e fora de casa. A todos os pais trabalhadores, um feliz Dia dos...
Plebiscito Popular 2025: votação on-line está acontecendo. Saiba como e onde votar
28/07/2025
Consulta popular busca ouvir a população sobre fim da escala 6×1, redução da jornada sem cortes de salários e justiça tributária A votação on-line do Plebiscito Popular 2025, organizado por entidades que compõem as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, entre elas a CUT, já está disponível. Para votar na urna da FECESC, clique neste link. Agora, trabalhadores e trabalhadoras de todo o Brasil podem votar se são a favor do Fim da Escala 6X1, da Redução da Jornada de Trabalho sem redução de salário e da Isenção de Imposto de Renda para quem ganha até 5 mil reais, com a maior taxação para quem ganha acima de R$ 50 mil. A votação, que já começou e vai até setembro, vem ganhando apoio nas redes sociais e na sociedade civil com pautas voltadas à justiça social e trabalhista. A consulta busca pressionar o governo e o Congresso por políticas que beneficiem a classe trabalhadora. O Plebiscito Popular é aberto e qualquer pessoa pode votar. Onde e como votar presencial e online Para participar da votação presencialmente, basta procurar o endereço de local de votação mais próximo e levar um documento com foto. Para ver os locais de votação clique aqui. Também é possível votar on-line. Na página do Plebiscito Popular no Instagram, também é possível obter mais informações sobre os pontos de votação. O que é Plebiscito Popular? Um Plebiscito Popular é uma ferramenta de consulta direta à população, organizada por movimentos sociais, entidades e organizações da sociedade civil, cujo o objetivo é dar voz à população sobre os temas que impactam a sua vida, mostrando o que a sociedade realmente deseja – mesmo sem aval institucional. Apoio crescente nas redes e na sociedade A campanha do plebiscito viralizou nas redes sociais com influenciadores progressistas, sindicalistas e personalidades defendendo a participação popular da classe trabalhadora. Artistas, professores e lideranças comunitárias também têm aderido à mobilização, reforçando o caráter democrático da iniciativa.   Fonte: CUT Brasil, 22 de julho de...
MPT processa Fort Atacadista por assédio eleitoral e pede indenização de 3 milhões por danos coletivos
14/07/2025
Indenizações por danos individuais podem chegar em 15 mil reais por trabalhador Florianópolis – O Ministério Público do Trabalho em Santa Catarina (MPT-SC), ingressou com uma Ação Civil Pública contra o Fort Atacadista por assédio eleitoral durante as eleições de 2024. Segundo a denúncia apresentada ao MPT, com registros fotográficos e vídeos, os empregados foram chamados à sala de treinamento em horário de trabalho e, chegando no local, estava havendo campanha política partidária no departamento dentro da empresa. Após a instauração de Inquérito Civil, o MPT ouviu diversos trabalhadores restado amplamente comprovado que a empresa realizou eventos de natureza política partidária com a participação de candidatos a vereadores e outros políticos, configurando-se verdadeiros comícios nos locais de trabalho, com a convocação de empregados para participar dos eventos e distribuição de material de campanha. Com a produção da prova, promoveu diversas audiências e, diante da negativa da empresa em firmar Termo de Ajuste de Conduta, ajuizou Ação Civil Pública. A ACP pede a condenação do Fort Atacadista ao pagamento de indenização por dano moral coletivo no valor de R$ 3 milhões e de R$ 15 mil por trabalhador diretamente lesado, além da concessão de uma tutela de urgência para coibir a repetição das condutas nos próximos pleitos. Entre as medidas requeridas, estão a proibição de autorizar atos de campanha política nos ambientes de trabalho, de permitir o ingresso de candidatos para atividades eleitorais, de realizar qualquer tipo de pressão, ameaça, retaliação ou discriminação por posicionamento político, convocar trabalhadores para reuniões com objetivos eleitorais e impedir ou dificultar o exercício do voto. A ação também requer que o Fort Atacadista seja obrigado a garantir o direito ao voto, inclusive liberando os trabalhadores que atuem em regime de escala nos dias de eleição. Segundo o Procurador do Trabalho Sandro Eduardo Sardá, autor da ação civil pública, “não há espaço no ordenamento jurídico para a atitude da empresa de tentar influenciar as escolhas políticas de seus empregados, conduta que além de configurar assédio eleitoral, caracteriza-se como crime eleitoral, condutas que serão exemplarmente coibidas pelo Ministério Público do Trabalho”. O Procurador enfatiza que “assédio eleitoral ocorre por conduta intencional e deliberada em influenciar o direito de voto, grave atentado à democracia que deve ser exemplarmente combatido”. Em setembro de 2024 o Tribunal Regional do Trabalho de Santa Catarina e o Ministério Público do Trabalho firmaram acordo de cooperação técnica para combater o assédio eleitoral no ambiente de trabalho. O objetivo é fomentar o diálogo sobre o assédio eleitoral, apresentar as diretrizes da Resolução CSJT 355/2023, que trata do tema, e divulgar os termos do acordo. Também faz parte do compromisso a divulgação das campanhas “Seu Voto, Sua Voz – Assédio Eleitoral no Trabalho é crime”, da Justiça do Trabalho,...
Artigo: O Rei do Ovo e os trabalhadores
19/06/2025
Por Francisco Alano, presidente da FECESC No dia de ontem, 17 de junho de 2025, fomos surpreendidos com entrevista de Ricardo Faria , publicada pelo jornal Folha de São Paulo, em que afirma, entre outras coisas, “que contratar no Brasil é um desastre porque as pessoas estão viciadas no Bolsa Família”. Segundo ele, a holding Global Egss, de sua propriedade, com sede em Luxemburgo, produz  cerca de 13 bilhões de ovos por ano, através das empresas Granja Faria (Brasil), Hevo Group (Espanha) e a recém adquirida Hillandale Farms (Estados Unidos). Declarou que compra uma empresa por mês e financia candidaturas consideradas liberais como Jair Bolsonaro (PL), Tarcísio de Freitas (Republicanos), Kim Kataguiri (União Brasil- SP) e Martel Van Hattem (Novo RS). Afirmou que paga aos trabalhadores da sua empresa nos Estados Unidos, para embalar ovos, US$ 20 (R$ 110,00) por hora. Dá US$ 1.100 (R$ 6.050,00) por semana e US$ 5.000 (R$ 26.000,00) por mês. Oitenta por cento dos negócios da empresa é fora do Brasil e sua RESIDÊNCIA FISCAL é no Uruguai. E por fim reclamou que a Carga Tributária no Brasil é alta, as taxas de juros elevadas e há forte burocracia em cima das empresas. As reações contra a entrevista de Ricardo Farias foram imediatas e contundentes: Dados publicados nas redes sociais:  a Granja Faria paga para um operador de produção um salário médio de R$ 1.670,00 ou R$ 48,00 líquido por dia, para fazer o manejo de aves, coleta de ovos e limpar o local, exigindo ainda disponibilidade para morar na granja e vivência no ramo de avicultura. O influenciador Felipe Neto comentou nas redes sociais que além de ser um salário miserável, inferior à média nacional para a mesma função, ele ainda quer que a pessoa abandone a própria família, vá viver numa granja e passe o dia todo coletando ovos e manuseando galinhas para receber em média R$ 1.670,00 mensal. Os problemas nas empresas de Ricardo Faria não se restringem à baixa remuneração. Segundo O Globo, ele foi alvo, em 2023, de inquérito do Ministério Público do Trabalho do Piauí, por irregularidades nos contratos de trabalho, suposta ausência de pagamento de salários e benefícios. Constam ao menos outros 17 processos trabalhistas no Tribunal Regional do Trabalho do Estado. Nas ações os autores apontam irregularidades em rescisão de contrato de trabalho, pagamento de horas extras, pagamento de verbas rescisórias, remuneração e pagamento de indenizações e benefícios. Um dos autores pede indenização por danos morais e assédio moral. Além disso Faria é alvo de processos trabalhistas em outros estados,  especialmente  em Mato Grosso, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Paraná e Maranhão. Este mercenário, mais conhecido pela síndrome de Vira Lata, paga quase vinte...
Movimentos populares preparam mutirão nacional de mobilização do Plebiscito Popular sobre escala 6×1
05/06/2025
Agitação nas redes, nas ruas e em comunidades de todo o país dará início à jornada para o plebiscito popular sobre escala 6×1 Entidades que compõem as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, como a CUT, demais centrais sindicais, partidos políticos, movimentos negros, estudantes, de moradia e outros, organizam um mutirão nacional de mobilização do Plebiscito Popular, entre os dias 6 e 8 de junho. Lançado em abril deste ano, a consulta popular irá ouvir a opinião de trabalhadores e trabalhadoras sobre a redução de jornada de trabalho sem redução de salário, o fim da escala 6×1 e a isenção de pagamento de imposto de renda (IRPF) para quem ganha até R$ 5 mil por mês, além do aumento da taxação para quem ganha mais de R$ 50 mil mensais, como forma de justiça tributária. A agitação do plebiscito contará com panfletagens, rodas de conversa, encontros culturais e ações de redes por todo o país. Para isso, os organizadores do plebiscito ressaltam a importância de compartilhar essas ações nas redes sociais e divulgar os materiais de mobilização como vídeos, cards, entre outros, que estão neste link. Para as ações, as entidades que organizam o Plebiscito Popular estão convocando todas as organizações, movimentos sociais, partidos, sindicatos e sociedade civil para, juntas, construir a defesa da consulta popular marcando o @plebiscitopopular e usando a hashtag #plebiscitopopular2025 nas redes sociais. Jornada de luta A partir de agora, o Plebiscito Popular terá como meta a elaboração de comitês municipais, regionais, por local de trabalho, moradia, estudo e em todos os lugares, com o objetivo de construir uma grande votação que ocorrerá ainda em 2025. Os organizadores anunciaram que haverá um curso de formação visando capacitar pessoas para conduzir o processo de construção do plebiscito no interior das organizações que já pertencem e, principalmente, para fazer o trabalho de base e educação popular. No ato de lançamento, na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, da Universidade de São Paulo (USP), no centro da capital paulista, em 10 de abril deste ano, a coordenação do plebiscito destacou a unidade de todas as organizações dos movimentos populares e sociais do país em torno de bandeiras concretas que dialogam com a classe trabalhadora. Barrar a extrema direita Uma das estratégias de mobilização da consulta popular é barrar discurso de ódio da extrema direita que cresceu e cresce em diferentes partes do mundo, inclusive no Brasil. Para isso, o plebiscito vai se estruturar em três fases: a construção organizativa em cada bairro, escola, universidade e local de trabalho; a coleta de votos da população sobre os três temas centrais; e a entrega dos resultados em Brasília às lideranças dos Três Poderes. O que é o Plebiscito Popular Plebiscito é um instrumento...

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