09/11/2010
Segundo analistas, eleição de Dilma é, simbolicamente, fundamental; expectativa é por aumento de mulheres na política A eleição de Dilma Rousseff (PT) para a Presidência da República representa um marco para a história do Brasil que, pela primeira vez, será governado por uma mulher. Para a integrante da Coordenação Nacional da organização Católicas pelo Direito de Decidir (CDD), Maria José Rosado, a vitória de Dilma significa uma conquista para as mulheres. “É um fato histórico, do qual nós devemos nos encher de orgulho”, afirma. A militante da Marcha Mundial das Mulheres (MMM), Nalu Faria, também ressalta que a vitória é importante não apenas por ser a eleição de uma mulher, mas de uma mulher que construiu uma trajetória política. “É extremamente importante, ainda mais por ser uma mulher do campo da esquerda. A Dilma tem um significado a mais”, destaca. Para Maria, houve uma ambiguidade em relação à imagem de Dilma em sua campanha, que a mostrava sob diferentes matizes. Ainda assim, ela avalia que o resultado final foi positivo. “Ao mesmo tempo em que Dilma passou uma imagem de mãe, de proteção, reforçou a imagem de que a mulher pode governar, pode gerir”, pontua. Participação política A expectativa é de que a vitória de Dilma possa influenciar a participação de outras mulheres na política. Apesar de alguns avanços, tal presença nessa esfera ainda é pequena no país, o que se refletiu no resultado das eleições deste ano. A bancada feminina na Câmara dos Deputados encolheu de 47 para 43 integrantes. Já no Senado, oito mulheres foram eleitas – com isso, serão 12 senadoras a partir de 2011, em um total de 81 membros. Já entre os 27 governadores eleitos, apenas duas são do sexo feminino. “Simbolicamente, [a eleição de Dilma] é importante para que as novas gerações de mulheres olhem para a Dilma e queiram ser alguém, ter um cargo para trabalhar pelo povo e pela democracia. Isso será bom para o Brasil”, aposta Maria. Em seu primeiro discurso depois da confirmação da vitória, no dia 31 de outubro, a presidenta eleita classificou sua eleição como “uma demonstração do avanço democrático” no país. “Registro aqui meu primeiro compromisso após a eleição: honrar as mulheres brasileiras, para que este fato, até hoje inédito, se transforme num evento natural. E que ele possa se repetir e se ampliar nas empresas, nas instituições civis, nas entidades representativas de toda nossa sociedade”, afirmou. O simbolismo da eleição da primeira mulher para a Presidência também é ressaltada pelo pesquisador do Centro de Pesquisa e Apoio aos Trabalhadores (Cepat) de Curitiba (PR), César Sanson. Segundo ele, o fato ganha ainda mais força por ocorrer em uma sociedade conservadora como a brasileira. “Há um...