Campanha anuncia medidas judiciais para saber quem financiou panfletos contra Dilma
19/10/2010
O coordenador jurídico da campanha da coligação Para o Brasil Seguir Mudando, deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), anunciou ontem (18) medidas judiciais adotadas contra a distribuição de milhões de panfletos com logomarca da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e que orientam os católicos a não votar em Dilma Rousseff. Segundo ele, a Polícia Federal vai investigar a origem dos panfletos, mas pelos nomes das pessoas envolvidas há fortes indícios de que a campanha adversária, de José Serra, esteja envolvida com a confecção dos impressos. “Embora não possamos fazer acusações definitivas, há indícios veementes que esse panfleto pode ter sido produzido pelo nosso adversário. A gráfica tem como sócia Arlety Kobayashi, irmã de Sérgio Kobayashi, que é o coordenador de infraestrutura da campanha do candidato José Serra. É indiscutível a relação da proprietária da gráfica com o PSDB e com o candidato José Serra. Sendo assim, é evidente que não poderíamos deixar de ter postura pública e pedir explicação sobre esses fatos”, analisou Cardozo. O que a campanha quer, segundo ele, é apontar quem encomendou, quem pagou e quem distribuiu os panfletos. “Não se pode achar que seria feito por amadores. É um custo altíssimo, e a distribuição é difícil. Se fosse o PT, por exemplo, para distribuir esses 20 milhões de panfletos, teria que convocar toda sua militância”, analisou. Polícia Federal Ontem, a pedido da coligação, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou que a Polícia Federal apreendesse 1,2 milhão de panfletos na gráfica Pana, na região do Cambuci, em São Paulo. Mas, segundo o PT, o dono da gráfica afirmou que o pedido inicial seria de 20 milhões, que ele não teve como atender. Até agora, ninguém assumiu a autoria dos panfletos. A CNBB divulgou nota dizendo que desautoriza a publicação e que não tinha conhecimento da distribuição dos panfletos. A campanha tucana também se manifestou dizendo que tem não relação com a história. O presidente estadual do PT, deputado Edinho Silva, contou como o partido descobriu os milhões de panfletos. Segundo ele, um cidadão foi encomendar um serviço da gráfica, viu os panfletos e resolveu denunciar. Ele telefonou no sábado para o secretário de comunicação do partido e, como o diretório estadual estava reunido, foi possível fazer a mobilização. “Quero dar os parabéns porque a denúncia partiu de cidadão que se revoltou e avisou o PT. E reconhecer a determinação da nossa militância, pois da denúncia até a apreensão teve uma vigília na gráfica para evitar que o material fosse retirado”, disse Silva. Telemarketing Cardozo informou também que ainda hoje a campanha ingressará com um pedido de investigação junto ao TSE contra uma campanha de telemarketing que está sendo realizada pelo candidato adversário. “Há relatos em...