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É fundamental continuar reforçando o mercado consumidor interno

04/02/2015
Por José Álvaro de Lima Cardoso é economista e supervisor técnico do Dieese em Santa Catarina. O problema do baixo crescimento, que está no centro da conjuntura brasileira neste momento, como os problemas macroeconômicos em geral, tem várias causas. Entretanto, o atual nível da taxa de juros do Brasil é fator explicativo fundamental, visto que o país tem uma das mais elevadas taxas de juros reais do planeta (atrás apenas da Rússia, que fez uma brusca elevação em dezembro em função da pressão inflacionária, para 17% ao ano). Nos países desenvolvidos, as taxas de juros reais, são muito baixas ou até negativas neste momento, o mesmo ocorrendo, inclusive, em alguns países emergentes. No Brasil o “espirito animal” do empresário tem sido facilmente abatido por investimentos que faturam 6% reais, com risco zero e sem necessidade de se colocar os pés na fábrica. Enquanto os chamados rentistas lucraram em média, acima da inflação, 18,5%, no segundo Governo FHC, no segundo governo Lula, ainda faturaram, limpo, 11,5%, em média. Sob o primeiro governo Dilma, este percentual ainda era alto, mas caiu para 4%, em média. Quando o governo resolveu colocar as taxas de juros do Brasil em linha com as taxas dos países “civilizados”, em 2011, entrou em rota de colisão com o setor rentista, tendo o governo, finalmente cedido em março de 2013, dado a pressão vinda dos chamados “formadores de opinião”. A pressão inflacionária verificada especialmente em 2013 e 2014, relacionada diretamente à queda na produção de alguns produtos agrícolas de alto consumo, causada por sérios problemas na agricultura (decorrentes da maior seca no país nos últimos oitenta anos) foi o ingrediente que faltava. Os chamados “formadores de opinião” alardearem um suposto “descontrole inflacionário” e a necessidade de elevar a taxa Selic para enfrentar o problema, o que é falacioso. Naquele período, como agora, o aumento dos preços de alguns itens de elevado consumo, num contexto de forte geração de empregos e do crescimento da massa salarial (o consumo das famílias cresce continuamente há mais de uma década), que possibilita que os trabalhadores possam continuar consumindo, exercia também, é claro, uma pressão sobre os preços. Pressão, diga-se de passagem, decorrente de uma virtude da conjuntura brasileira, qual seja a melhoria do poder aquisitivo de uma massa de brasileiros que estava, historicamente, alijada do consumo. Em boa parte, a baixa capacidade de investimentos do governo federal está relacionada também com a elevação dos juros, já que a cada 1 ponto percentual de aumento na Selic, o gasto anual do governo com juros aumenta em torno de R$ 50 bilhões. São conhecidos também os efeitos dos juros sobre o custo empresarial, principalmente sobre o custo de capital de giro, fundamental no...
Reajuste do Piso Salarial Estadual continua indefinido
22/01/2015
“Nós viemos hoje aqui para fechar a negociação, temos o compromisso de chegar a um termo comum e definirmos o Piso para 2015.” Com estas palavras o coordenador sindical do Dieese-SC Ivo Castanheira iniciou a terceira rodada de negociação entre trabalhadores e empresários que visa estabelecer o reajuste do Piso Salarial Estadual, que vai vigorar a partir de janeiro. Mas a disposição foi frustrada pelo pequeno avanço apresentado na proposta dos empresários, que dos 7% oferecidos na segunda rodada, passaram para uma proposta de 7,5% de reajuste no Piso. A próxima rodada de negociação foi marcada para o dia 30 de janeiro, às 13h30. Para Ivo Castanheira, que também é diretor da FECESC, “O processo negocial estabelecido há cinco anos em Santa Catarina é de grande importância e nós sabemos que podemos chegar a um bom termo para os trabalhadores e também para o setor empresarial”. Ele lembrou que diversas centrais sindicais e federações de trabalhadores participam do processo, com assessoria do DIEESE, assim como os representantes da indústria e federações patronais de diversos segmentos econômicos do estado participam desta experiência única no país: “Vamos realizar quantas rodadas de negociação sejam necessárias para fechar este acordo e manter esse processo histórico”, ponderou. O presidente da CUT-SC Neodi Giachini esteve presente na negociação e também destacou a importância de fechar uma negociação que valorize o Piso Salarial Estadual: “Realizamos várias negociações que não só dispensaram a intervenção do governo no processo, como também estabeleceram uma valorização gradual do nosso Piso então, neste quinto ano de negociação não será diferente; mas nós trabalhadores já cedemos bastante, chegando a uma proposta de 11,5% de reajuste, então esperamos uma mudança de atitude dos empresários, mantendo essa linha de valorização”, afirmou. O supervisor técnico do Dieese-SC, José Álvaro de Lima Cardoso, afirmou que a valorização do Piso Salarial Estadual não só é importante para empresários e trabalhadores, como para a sociedade catarinense como um todo: “A exemplo do que ocorre com o salário mínimo, o incremento de massa salarial proporcionado pelos novos valores dos pisos é direcionado ao consumo dos artigos de primeira necessidade nas áreas do vestuário, alimentos e transporte, fortalecendo toda a economia catarinense”. Na opinião do economista, chegar a um acordo é fundamental e plenamente viável. “O aumento da renda do trabalhador favorece o crescimento industrial e o comércio, como vem ocorrendo nos últimos anos em Santa Catarina. Segundo o Índice de Atividade Econômica Regional de Santa Catarina (IBCR-SC), calculado pelo Banco Central, a economia catarinense cresceu 2,7%, nos oito primeiros meses de 2014, ante variações de 0,6% no mesmo indicador na Região Sul e de -0,1% no Brasil” citou...

Trabalhadores revertem demissões e encerram greve na Volks

19/01/2015
Mais de 8 mil companheiros na Volks, em São Bernardo, aprovaram por unanimidade a proposta negociada entre o Sindicato e a montadora, que garantiu a volta dos 800 companheiros demitidos. A votação aconteceu na manhã da última sexta-feira, dia 16, durante assembleia realizada no pátio da empresa com a participação de metalúrgicos dos três turnos. A conquista foi comemorada com muita festa e todos os trabalhadores retornam a fabrica hoje, após 11 dias de paralisação total. “O chão tremeu na hora da aprovação, sentimos do caminhão de som”, afirmou o coordenador geral da representação dos trabalhadores, Reinaldo Marques da Silva, o Frangão. “Pela primeira vez fizemos uma greve que unificou os três turnos e essa unidade se transformou em solidariedade, que foi fundamental para a nossa vitória”, relembrou Frangão. Além de cancelar as demissões, o acordo prevê a ampliação da manutenção dos empregos até 2019. Durante a assembleia, o secretário-geral do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão, explicou aos trabalhadores as alterações que foram feitas na proposta rejeitada em dezembro. “Conseguimos mudar os pontos que os companheiros não concordavam na antiga proposta e assim, contemplamos as reivindicações de todos”, disse Wagnão. Ele fez questão de destacar a participação massiva dos companheiros no movimento para conquistar essas modificações. “Essa atitude foi o que fortaleceu a representação e o Sindicato na mesa de negociação com a empresa”, avaliou. “Estão todos de parabéns”, concluiu Wagnão. Metalúrgicos comemoram conquista “Graças à luta dos companheiros e do Sindicato continuo empregado. Essa conquista é um exemplo para todo o Brasil, porque a manutenção dos empregos contribui para o crescimento e para a economia do País”. Vamberto Guimarães Messias, o Vicentinho da Volks, trabalhador na Ala 14 “Quando recebi o telegrama fiquei com medo, mas esse sentimento foi se transformando pela garra que tivemos nesta mobilização. A força que a empresa tem no papel, nós temos no coração, na mente e na luta”. Benedito Beraldo Lobo, ferramenteiro na montadora “É um presente ser readmitido no dia que completo 25 anos de fábrica. Explicar o que estou sentindo é muito difícil, pois em 2001 também perdi o emprego e regressei a fábrica. Nas duas vezes, graças ao Sindicato”. Jadir Benigno Sampaio, trabalhador na pintura de manutenção na Volks Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos do ABC –...

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