Greve dos bancários paralisa 7.437 agências na luta por valorização
07/10/2010
A greve nacional dos bancários de 2010 já superou o número de agências fechadas no movimento do ano passado. Conforme dados da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), 7.437 agências de bancos públicos e privados aderiram à paralisação nos 26 Estados e no Distrito Federal. Em relação ao primeiro dia da greve, iniciada na última quarta-feira (29/09), o acréscimo de adesões é de 92,5%. Ainda foram paralisados centros administrativos e outras dependências dos bancos em todo país. "O fechamento de agências cresceu todos os dias desde o início da greve, mostrando o aumento da adesão dos bancários e a força do movimento, apesar das práticas antissindicais adotadas pelos bancos", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários. "Os bancos empurraram os bancários para a greve, com uma postura intransigente e uma proposta rebaixada de reajuste. Agora, eles não aguentam a pressão da categoria e apelam para práticas antissindicais, em vez de retomar as negociações e apresentar uma proposta decente para a categoria", destaca o dirigente sindical. "Com lucros bilionários, os bancos não têm motivos para não atender a pauta de reivindicações dos bancários", justifica. Ele denuncia a utilização de medidas autoritárias pelos bancos em todo país, como o interdito proibitório para impedir o convencimento dos trabalhadores, o uso da polícia para tentar abrir agências, a convocação de funcionários para entrar na madrugada nos locais de trabalho e a utilização de helicópteros para transporte de empregados, dentre outras. "O exercício da greve é um direito constitucional do trabalhador e não pode ser cerceado pelos bancos", aponta o dirigente sindical. "Mas a greve está crescendo cada vez mais, demonstrando a insatisfação dos bancários. A Fenaban deveria ouvir esse recado, acabar com o silêncio, aproveitar a disposição de negociar do Comando Nacional e apresentar uma proposta decente que atenda às reivindicações da categoria", sustenta Cordeiro. Os bancários reivindicam 11% de reajuste, valorização dos pisos salariais, maior Participação nos Lucros e Resultados (PLR), medidas de proteção da saúde que inclua o combate ao assédio moral e às metas abusivas, garantia de emprego, mais contratações, igualdade de oportunidades, mais segurança, previdência complementar para todos e fim da precarização via correspondentes bancários. Os bancos propuseram apenas reajuste de 4,29% (inflação do período) e rejeitaram as demais reivindicações. Disposição de negociar O Comando Nacional enviou nesta segunda-feira, 4, uma carta ao presidente da Fenaban, Fábio Barbosa, reafirmando a disposição de negociar para buscar um acordo "que atenda à expectativa" da categoria e repudiando a postura das instituições financeiras, que apostam no confronto ao adotar práticas antissindicais para tentar enfraquecer o movimento dos trabalhadores. O documento foi remetido após a reunião do Comando Nacional, ocorrida em São Paulo. "Lembramos...