Operação prende quatro diretores da empreiteira Camargo Corrêa
26/03/2009
A Polícia Federal prendeu na quarta-feira (25) quatro diretores de uma das maiores empreiteiras do país: a Camargo Corrêa. Eles teriam enviado dinheiro de forma ilegal para o exterior. O repórter César Tralli teve acesso a novos detalhes da Operação Castelo de Areia. Em entrevista ao repórter César Tralli, a procuradora da República Karen Kahn, que investiga o caso, disse que devem surgir novos nomes. O esquema, segundo as investigações, tem a participação de muita gente. Envolve executivos da empreiteira, doleiros, partidos políticos e dirigentes empresariais. O Ministério Público Federal investiga crimes de evasão de divisa, corrupção e lavagem de dinheiro que estava destinado a grandes obras públicas. Policiais federais deixam a sede da Camargo Corrêa depois de um dia inteiro de buscas. Eles reviraram os escritórios de uma das maiores empreiteiras do Brasil à procura de provas para reforçar uma investigação que começou há um ano e dois meses. “Existe a expectativa de que nomes venham a ser identificados e de que se possa apurar mais crimes, além daqueles que já foram levantados”, afirmou a procuradora da República Karen Kahn. A acusação é de que os quatro diretores da Camargo Corrêa, presos na Operação Castelo de Areia, estariam mandando ilegalmente dinheiro para fora do Brasil. Os executivos presos são: Fernando Dias Gomes, Dárcio Brunato, Pietro Bianchi e Raggi Badra Neto. “Os indícios são de que esse dinheiro era enviado para o exterior através de doleiros”, revelou o delegado José Alberto Iegas, da Polícia Federal. Dois homens e uma mulher, apontados como doleiros do suposto esquema, foram presos no Rio de Janeiro: José Diney Matos, Jadair Fernandes de Almeida e Maristela Brunet. Ao todo, R$ 1,5 milhão foi apreendido. Os doleiros do Rio seriam comandados pelo consultor financeiro Kurt Paul Pickel, de São Paulo, onde a Justiça mandou prender também secretárias que trabalham para dois dos executivos investigados. Em pouco mais de um ano, as supostas remessas ilegais de dinheiro da Camargo Corrêa para o exterior somariam mais de US$ 20 milhões, segundo o Ministério Publico Federal. A investigação aponta indícios de que a origem dos dólares mandados para fora também seria ilegal, o que envolveria corrupção, partidos políticos, obras públicas e lavagem de dinheiro. O relatório da policia menciona uma obra pública que está sendo feita pela Camargo Corrêa, em Pernambuco, com dinheiro da Petrobras. É a Refinaria Abreu e Lima, conhecida como Refinaria do Nordeste. O Tribunal de Contas da União (TCU) concluiu que houve superfaturamento entre março e abril do ano passado, quando os telefones de diretores da construtora já estavam grampeados, por ordem judicial. “Chamam atenção as ligações interceptadas exatamente no mesmo período”, escreveu o delegado Otavio Rosso no relatório final. O juiz Fausto de...